POR ONDE ANDAS?
Por onde andas, será,
Essa tal felicidade
Que na minha mocidade
Diziam: -- vais encontrar!
Procuro em todo lugar
Como agulha na farinha
Feito um galo de rinha
Ganho a luta, não a guerra,
Será que há nessa terra
A felicidade minha?
Por onde andas, então
Essa tal de liberdade
Que a tempos, tenho vontade
De tê-la em minha mão,
Quero sair da prisão
Em que fui acometido
Eu fico triste, sentido
De viver engaiolado
Querendo ser libertado,
Mas ninguém me dá ouvido!
Por onde andas, me diga
A esperada bonança
Tão dita, desde criança
Que estou dentro da briga
Não tem vez a mão amiga
Ninguém ajuda o irmão
Já chega deste sermão:
Não abandone a labuta
Pois somente pra quem luta
Dias melhores virão.
Tô mesmo sem esperança
Nesse mundo tão insano
Que piora a cada ano
Chega uma hora que cansa
Não vejo perseverança
Em quem faça ou quem manda
Nos resta seguir a banda
E o quê por ela é imposta
Sempre querendo a reposta,
Diz aí, por onde anda?