Zé Limeira galopando

Atravessei os sertões

Em pêlo no meu tordilho

Não comi churros nem milho

Tampouco comi feijões

Dados pelos aldeões

Subi numa laranjeira

De repente deu canseira

Me deixando num bagaço

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira.

Domfiuza Gran poeta

Nadou lá do Ceará

Com a baleia gagá

Vei’ tocando clarineta

Nas costas de um cometa

Com rimas na algibeira

Pra uma mulher rendeira

Que apareceu no pedaço

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira

Pobre mulher sem agulhas

Não vai conseguir bordar

Sem sapatos para andar

Tem que contar as estrelas

Para esquecer as favelas

Do burro sem barrigueira

Correndo pela clareira

Com grande estardalhaço

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira

Corre o galo atrás do bode

No meio da multidão

Vem chegando um caminhão

Pra mode dançar pagode

Vejam como se sacode

Se quiserem a capoeira

Mas não percam a estribeira

Se o Brasil faz um golaço

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira.

Há uma festa no saguão

Com churrasco de cabrito

Quem quiser um pirulito

Vai sacar do cinturão

Pra poder matar dragão

Precisando de enfermeira

Pra cuidar duma frieira

Mandando tudo pro espaço

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira.

Já andei pelos sertões

Querendo achar uma prenda

Toda vestida de renda

Procurando os aviões

Pescar peixes sem arpões

Em cima duma mangueira

Para espiar a roceira

Se cair será um fracasso

Eu querendo também faço

Igualzinho a Zé Limeira

Obrigada pela interação caro Antonio Tavares de Lima!

Mas minha boa Luisella

Você querendo não faz,\

Igualzinho ao Zé Limeira\

Que plantou uma bananeira\

E tirou manga do cacho\

Trouxe pra cá tamareira\

Carrapicho e castanhola\

Namorou uma espanhola\

Que jogava muito no bicho\

Sambava que nem Cartola\

Na Portela com capricho\

Trazia Pedro Segundo\

Pra dançar lá na Mangueira\

Vc morre e nunca faz\

Igualzinho ao Zé Limeira\

..."ainda não visto\

beleza que nem a tua\

de cipó se faz balaio\

a beleza continua\

Sete-Estrelo, três Maria\

Mãe do mato, pai da lua\

..."Quando Dom Pedro Segundo\

Governava a Palestina\

E Dona Leopoldina/

Devia Deus e o mundo\

O poeta Zé Raimundo|

Começou castrar jumento/

Tudo aquilo era boato\

Oito noves fora quatro\

Diz o Novo Testamento\

"...Por isso ó Luisella\

Quando chove a noite esquenta\

Vi Nossa Senhora fugi\

Ao Egito numa esteira\

Sentadinha nu'a jumenta\

São José dizendo assim\

Nunca vi tanta besteira\

A Luisella dizer\

Quando quiser eu faço\

Igualzinho ao Zé Limeira\

Antonio Tavares de Lima

Luisella
Enviado por Luisella em 16/07/2012
Reeditado em 02/09/2012
Código do texto: T3780926
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