Homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima
MORRE RONALDO CUNHA LIMA
À surdina da noite horripilante
Em que o mundo acalma a euforia
Em um golpe certeiro - a poesia
Desfalece prostrada nesse instante
E a morte que estava ofegante
Muito fria – olhava lá de cima
E no fúnebre, gelo desse clima
Arrebata um poeta respeitado
E cumpriu-se o mistério que foi dado
Ao poeta RONALDO CUNHA LIMA
Castro Alves surtou de alegria
E Augusto dos Anjos até vibrou
Nem sequer Shakespeare se segurou
E Cervantes pulava em demasia
Bilac olhou e deu – Bom dia!
Sousandrade abraçou-lhe com estima
Meireles recita até uma rima
E os cumprimentos de toda a antologia
Pois na terra que reina a poesia
Chegava RONALDO CUNHA LIMA
Vai poeta morar no infinito
E descansa à sombra do cipreste
Cada frase que um dia tu fizeste
Transformou-se no mote mais bonito
E prepara um lugar pra esse precito
Poeta que escreve e não se anima
Mas que gosta da tua obra prima
E se orgulha em nascer no mesmo estado
Pois a morte deixou-nos teu legado
Mas findou a RONALDO CUNHA LIMA