Guerra dos Sexos
Tere Penhabe
Do começo dos tempos
essa guerra se avizinha
ele parece moleque
ela finge que é menina.
Ser o homem manda-chuva
por séculos se pensou
com as mulheres guerreiras
que esse tabu se quebrou.
Guerra que gerou aversão
aos homens incomodou
mulher barbada é cruel
a musculosa, um horror.
Mas antes dessa pendenga
tudo era só alegria
a mulher era tapada
e o homem já mentia.
Porém ele era valente
pois mostrava a que veio
na hora dos provimentos
nunca que um deles fez feio.
A mulher muito prendada
cuidava do maridinho
cobrindo o belo de mimos
salamaleco e carinho.
O homem, um cavalheiro
exímio galanteador
no dia do aniversário
ainda ofertava flor.
A tal oferta era feita
sem cobrar, bom que se diga
que hoje sai muito caro
ganhar uma margarida.
A mulher se derretia
com a prenda recebida
buscava o receituário
caprichava na comida.
Hoje os tempos são outros
desde que a guerra maldita
implantou-se entre os sexos
fazendo-lhes a desdita.
Como toda e qualquer guerra
não há nessa, vencedores
mulher e homem amargam
a sina de perdedores.
No auge da rebeldia
a mulher não se fez terna
abandonou a vaidade
cresceram pelos na perna.
Simone de Beauvoir
vendeu livros pra dedel
pregou tanto a igualdade
que ela por certo venceu.
Enquanto isso no mundo
o caos era implantado
mulher foi mistificando
homem mudando de lado.
O resultado já sabem
foi pior que o esperado
tem criança com duas mães
e nenhum pai tão sonhado.
Isso pra não aprofundar
nesse baita descalabro
hoje o homem espera
da mulher o seu salário.
Ela inda bate no peito
dizendo que saiu bem
trabalha fora e em casa
e em casa sem vintém.
Enquanto isso o boneco
deita o bumbum no sofá
vendo jogo do corintians
sem medo de confessar.
Outros no computador
enquanto a mulher passeia
pra amarrar todos os chifres
precisa de boa peia.
E ainda tem aquelas
que não saem do dentista
andando na corda bamba
já são até equilibristas.
E o homem também, é claro
cisca mais que o garnizé
sem ver que no seu terreiro
canta quem e quando quer.
Quando a idade se aproxima
o vexame é dobrado
não dá mais jogo nem liga
nem com tesão emprestado.
Ele pensa que é machão
diz que isso é sua praga
posa com mocinha nova
mas na base do viagra.
Quando ataca o coração
vai pro colo da encrenca
pede perdão o donzelo
e já vira uma polenta.
Do garanhão sobra pônei
rodeado de criança
lembra que ele tem família
e exibe a aliança.
E a mulher por sua vez
vê que saiu foi perdendo
trabalhou a vida inteira
lucro mesmo nunca tendo.
Quem achar que eu exagero
veja o quadro na TV
mostra o que estou falando
provando por A mais B.
Nesse tal de modernismo
casamento e coração
quem leva mais vantagem
disparado, é a traição.
Santos, 08.02.2007
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