OS AMIGOS DA NATUREZA
A Chapada Diamantina
Tem suas belezas
Paisagens variadas
Abrilhantando a natureza
Pedras preciosas
Da mais pura riqueza
A fauna e a flora
Da nossa bela Chapada
Mistura diferentes tipos
Por isso é bem diversificada
Tendo muitas áreas
Com altitudes elevadas.
Muitas plantas aqui existentes
Servem para uso medicinal
Muitas delas são utilizadas
Pela população local
Utilizando com sabedoria
Um recurso natural.
Algumas espécies de animais
Podem ser vistas com muita facilidade
Pequenos lagartos
E pássaros da maior qualidade
Até mamíferos em extinção
Aqui têm exemplares.
As preciosas chuvas
Que caem nessa região
São responsáveis
Pela sua vegetação
E muitos de seus córregos
Só aparecem no verão.
Esses córregos
Com as chuvas aparecem
E com as secas
Quase todos adormecem
E com incêndio nas serras
As florestas desaparecem.
Para que essa beleza continue
As queimadas devem ser evitadas
As secas vêm muito fortes
Não deixando quase nada
E essa relíquia
Fica pouco conservada.
As secas de 2008
Vieram para nos intimidar
Inúmeras matas da Chapada
Vieram a se findar
E com os imensos incêndios
Vieram muitos a desesperar.
No município de Seabra
O fogo veio com crueldade
Queimou muitas matas
Sem nenhuma piedade
Destruiu vales e serras
Da maior preciosidade.
Foi na Serra do Antari
Que essa tragédia começou
Ninguém sabe ao certo
Como um fogo, lá se alastrou
Um verdadeiro fogaréu
Que logo na Queimada de Nelson chegou.
Queimou a Serra do Baixio e da Veredinha
Durante a noite e o dia
O povo se acomodou
Lá ninguém, mais ia
O fogo foi devastando
Até chegar à Serra da Telebahia
Na nascente do Chifre de Boi
O incêndio só deixou o carvão
E sem nenhuma demora
Chegou na Cachoeira do Fundão
E o fogaréu
Fez um grande arrastão.
Dentro dos vales
O fogo fazia uso
Para a tristeza da população
Este chegou na Serra do Araújo
Parece que nada adiantava
O incêndio levava tudo.
Chegou ao Engenho Velho
Essa forte destruição
E para a Floresta do Campestre
O fogo foi em direção
Era quase impossível
A floresta ter salvação
Porém esse fogo ainda destruiu
Um lugar lindo de se vê
Batizado como Vale da Onça
Lá houve uma coisa de comover
Dentro de uma toca
A agonia de uma onça a sofrer.
Para o Gado Bravo
Esse fogaréu marchou
Com tamanha força
Que toda a mata queimou
Dela,
Somente as cinzas “sobrou”.
“Leão”
O secretário do Meio Ambiente
Este já tinha ido ao local
E falou bem claramente
Que lá não havia mais perigo
Falou ele equivocadamente.
Doze dias se passaram
Depois dessa ligação
Antônio Bagues anunciou
De Seabra-BA a população
Também amigos da natureza
Que quisessem acabar com essa destruição.
Então, o Sr Antônio Bagues
Uma “brigada” formou
Para combater o fogo
Um anúncio, no carro de som, colocou
E no domingo
Uma pequena expedição se formou
Poucas pessoas apareceram,
Mas para o 1º foco, foi o suficiente
Combateu o incêndio desse local,
Mas quero dizer, infelizmente
Que apenas tinha acabado
Com um incêndio somente.
Nessa mesma segunda – feira
Foi obrigado a fazer
Um outro anúncio
Para mais pessoas “aparecer”
O fogo está acabando com o planeta
Não temos pra onde correr
Porém com tantos pedidos
Juro com toda a verdade
Não apareceu nenhum cristão
Isso é uma barbaridade,
Mas o grupo anterior falava
- Vamos?Por piedade!
O pequeno grupo
Muito triste se sentiu,
Mas às cinco da manhã
Se levantou e partiu
Foi em direção a outro incêndio
Para ver o que este destruiu
Na Serra do Araújo
Tiveram um grande abalo
O grande Rio Campestre
Estava quase a matá-lo
E esse grande fogo
Tiveram que acalmá-lo
O pequeno grupo gritou
- Valei-me Nossa Senhora!
Apague logo esse fogo!
O que podemos fazer agora?
Faremos a nossa parte
Que ela nos guia a cada hora.
Foi um trabalho árduo
De força e muita dor
Pois a destruição era tanta
Que o grupo até chorou
A fauna e a flora
O povo só lamentou.
Choraram
A dor da destruição
Árvores e pedras se foram
Até pássaros em extinção
Pediram novamente a Jesus
Com joelhos no chão.
- Ó Jesus Cristo nos ajuda
Até a água escureceu
E a onça da toca
Será que sobreviveu?
- Ajude o nosso planeta
Ó Senhor, meu!
Com fé em Jesus Cristo
Na grande serra subiram,
Mas em suas costas
As imensas cinzas caíram
Mas apesar de tantos obstáculos
Eles não desistiram.
Uma subida cansativa,
Ofegantes eles iam
Neste grupo tinha um velhinho
Que dele, nada sabiam,
Mas ao cume da montanha
Todos eles subiam.
Uma parte do fogaréu
Eles juntos venceram,
No entanto de sede
Quase que morreram
Foi quase que por milagre
Que todos sobreviveram.
Estava quase não agüentando
O solidário velhinho
Acharam uma nascente
Por aquele caminho
Ele se jogou na água
Como se fosse um peixinho
Só não morreu afogado
Por não estar sozinho.
Mataram a sede
E para o fogo novamente marcharam
O grupo se esmoreceu
E poucos voluntários ficaram
O fogo queimou uma “bomba”,
Mas eles felizmente se salvaram.
Um dos voluntários
Numa pedra se machucou,
Porém uma ajuda mais tarde
Do engenho velho chegou
E dispostos a trabalhar
O serviço logo começou
A milagrosa água
Tornou a faltar
E o fogo, do outro lado
Continuou a pegar.
E esse incêndio
Era quase impossível de cessar,
Mas o objetivo
Queriam alcançar.
Desceram rápido
O imenso paredão
Pegaram água
Com muita disposição
Encheram os vasilhames
Com grande determinação
Subiram apagando o fogo
Até este terminar
Chegaram ao cume da montanha,
Mas novamente o fogo estava lá
E do outro lado
Tudo estava a queimar.
Voltaram novamente
Para a água do rio
Do outro lado do morro
A fumaça invadiu
E os urros de uma onça
O grupo todo ouviu.
Essa parte da mata
O fogo cessou
E as 17 e30
O relógio apitou
A hora de voltar para casa
Finalmente chegou.
Subiram e desceram o morro
Até o carro chegar
E para a infelicidade do grupo
Em outro local estava a queimar
E em outra serra
A fumaça a levantar
Por salvar uma parte da mata
Começaram até sorrir,
Porém com câimbras no corpo
Todos estavam a sentir
Foram embora cansados
Queriam deitar um pouco e dormir
No outro dia foram de novo
Desta vez, apenas sondar
Passaram no Campestre
E no Engenho Velho foram parar
Chegaram em algumas serras,
Mas só as cinzas ficaram lá.
Tentaram mais uma vez
Formar uma nova expedição
E as respostas que recebiam
- “É perda de tempo, meu irmão
Isso é trabalho para bombeiro
O trabalho de vocês foi em vão”.
Alguns diziam
- Nem morto eu vou lá!
Outros diziam
- Depois a natureza brotará!
- Cara,
Pára de se preocupar!”
Tristes, mas fiéis à natureza
Voltaram à nascente do rio
Viram-na toda sapecada
E a sua cristalidade sumiu
E os passarinhos,
Nenhum, ninguém viu.
A natureza brotará
Algumas partes, bem provável que sim.
E as árvores de 50 a 100 metros
Será que é tão fácil assim?
E os animais
Será que não tiveram seu fim?
Despediram da nascente
Com o coração esmagado,
Porém um pouco felizes
Por uma parte da floresta ter salvado
E em seguida a natureza gritou:
- Muito bem, apoiado
Fizeram a sua parte
E digo muito obrigado.
- Mande um recado meu
Para o povo sem coração
Eu lhe dou comida e água
Lavo seu pé e sua mão
Eu sou a mãe do mundo
E não posso ter mais destruição.
As minhas árvores perdem as folhas
Nesta seca estação
Fico com galhos e troncos expostos
Precisando de proteção,
Por favor, meus caros filhos
Cuide onde ainda tem vegetação
Preciso de Amor
E de um mundo mais irmão.
Se esse fogo
Outra vez em mim, pegar
Por muitos abusos
Sei que não vou mais suportar
E como é ruim
Vê a vida se acabar
Pergunte para o mundo
Se não tem um coração a bater
Porque estou a cada dia
Cada minuto a sofrer
Esses são os pedidos
De uma nascente quase a morrer
Sou a nascente do Rio Campestre
Ninguém daqui foi possível eu ver
Será que ficariam felizes
Vendo-me desaparecer?
Mas com orgulho
Vi os legítimos filhos
de Seabra e zabelê.