OLHEI NA PINTA DA ONÇA.

MARTELO AGALOPADO.

Olhei na pinta da onça,

Senti cheiro de defunto,

E para encurtar o assunto,

Lhe agarrei pelas orelhas,

E ela berrou sem parar,

Arreganhou os seus dentes,

Prometendo me atacar,

Por ser um animal valente,

Pus a chupeta em sua boca,

E a mesma mamou contente.

Atravessei este braseiro,

E nem senti a quentura,

Pelo amor da criatura,

Que não me deu atenção,

Mostrei pra ela em ação,

Que sou capaz de passar,

Por uma grande provação,

Só para lhe sensibilizar,

E conquistar seu coração,

Pra em seguida nos casar.

No voar da mariposa,

Há um encanto certeiro,

Porque onde ela pousa,

Com o seu jeito faceiro,

Embeleza o ambiente,

Presença de corpo inteiro,

São os feitos da natureza,

Que não exibe grandeza,

E detém muita abrangência,

Com sutileza e eloqüência.

Deito as vistas ao firmamento

Rogo a Deus a vida em oração

Me apego também a filosofia,

Diluindo as magoas do coração,

Mesmo assim passo tal apuro,

O temor é maior que o universo,

Sempre que estremeço logo juro,

Depois minha crença desfalece,

Parece um fogo de monturo,

E carne que rápido apodrece.

Ajuntem riqueza e beleza,

Coloquem num pedestal,

E deixem que a natureza,

Faça um jogo colossal,

Depois despejem ao mundo,

Os seus valores triunfais,

Mulheres de bom caráter,

Um algo raro até de mais,

Porem conheço a vocês,

Seus atos me satisfazem.

O sertanejo é um ser valente,

Tem vertentes indubitáveis,

Com seus nobres alimentos,

Se fazem assim insuperáveis,

Homens de muita sustança,

De humor leve e agradável,

Trabalhador e muito honestos,

Pessoas boas e memoráveis,

Raça de lindas mulheres,

Namoradeiras,e bem tratáveis.

Este é um fato constatado,

Que ano novo é uma balela,

Pra quem já estava lascado

Continuará nesta pinguela,

Já que os ricos permanecem,

E a vida não se faz tão bela

Sejamos menos enganados,

Nestas pinturas de aquarelas

Pois os mendigos coitados,

Estarão sempre nas favelas.

(Miguel Jacó)

04/07/2012 21:45 - Antonio Galdino

Miguel Jacó.De onça não tenho medo

Já domei pra mais de cem

disso nunca fiz segredo

e já mamei numa também!.

É isso aí poeta valeu um forte abraço. Onça pintada não me assusta.

Para o texto: OLHEI NA PINTA DA ONÇA. (T3748183)

Muito obrigado Antonio Galdino, por esta excelente interação, aos meus pacatos versos.