100 anos de Luiz Gonzaga - "O Rei do Baião"

Histórico de uma vida

100 ANOS DE LUIZ GONZAGA

LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO, compositor popular brasileiro, nasceu no dia 13 de dezembro de 1912 na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe à 12km de Exu, estado de Pernambuco e faleceu no dia 02 de agosto de 1989 em Recife. Estando completando cem anos de sua história, prestemos-lhe a nossa homenagem.

Compositor popular

filho de Januário e Santana

só veio ao mundo alegrar

a cultura pernambucana.

Ele trabalhou na roça

mas seu sonho era cantar

Januário espalha a bossa

para o filho se espelhar.

1930, no exército ele ingressou

viajando pelo mundo

nunca de pensar parou

em fazer forró profundo.

Houve pequenos conflitos

na família popular

seus pais estavam aflitos

por no exército ele entrar.

Mesmo sendo militar

não abandonou a cultura

procurando se expressar

com bastante formosura.

Nos bailes e nos forrós

seguia seu Januário

nas feiras não estava a sós

seu pai foi sempre o cenário.

Se apaixonou por Nazarena

filha do coronel Raimundo

era uma paixão serena

que não se via no mundo.

Mas o coronel Raimundo

lhe ameaçou de morte

Gonzaga saiu no mundo

enfrentando a própria sorte.

Januário e Santana

de uma forma bem turra

acham o filho sacana

acabam dando-lhe uma surra.

Quando ele apanhou

pensou em sair incerto

na fuga ele ganhou

a entrada no exército.

1939, saiu da corporação

para em bailes e cabarés

ser músico com animação

e não levar mais revés.

1940, improvisou o baião

pelas festas nordestinas

animando o povão

com o xote das meninas.

1941, na Rádio Nacional

ao lado de Ary Barroso

foi bem sensacional

cantando bem caloroso.

Na calourada cantou

para o povo que remexe

a sua fama ficou

na toada “Vira e mexe”.

Chega a rádio o nordeste

com a voz do Gonzagão

um grande cabra da peste

das raízes do torrão.

1945, primeira música é gravada

Juntou-se a Humberto Teixeira

para compor a toada

coisa séria, sem besteira.

O zabumba e o triângulo

nada disso era cafona

o nordeste em cada ângulo

ao som da grande sanfona.

Gonzaga levou alegria

com o forró pé de serra

no nordeste deu valia

ao povo todo da terra.

Deixou o baião e o xote

Acompanhando o xaxado

Com tudo fazia um mote

Com um forró arroxado.

Teve um caso amoroso

daí nasceu Gonzaguinha

que também ficou famoso

com os sucessos que tinha.

1948, conheceu a professora

esta a pernambucana

talvez musa inspiradora

na sua vida humana.

O nome dela, Helena

a qual Gonzaga acarinha

do amor que se encena

nasceu a filha Rosinha.

Influenciou gerações

soube a música valorizar

mexeu com os corações

que a música sabem amar.

1989, veio a “triste partida”

morre o “Rei do Baião”

pra nação entristecida

fica a dor no coração.

Osteoporose, a doença

que lhe custou a parada

levou-o da nossa presença

deixando só a toada.

Em Recife deu adeus

em Exu foi sepultado

deixando todos os seus

e lacuna no Estado.

Mas temos seus seguidores

fazendo bom forrozão

são os multiplicadores

do nosso “Rei do Baião.

Manoel Joaquim da Silva
Enviado por Manoel Joaquim da Silva em 27/06/2012
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