Tudo invertido
Mais nada nos admira
Mais nada? eu lhes apresento:
É o que falta nesse momento
No trampo e no passatempo
Nos meios e pensamentos
Pois todo acontecimento
Já aconteceu em Brasília
Era um cabelinho de sapo
Um fiozinho de brilho
Que os homens de fino trato
Ainda tinham de recato
Um verniz típico do trilho
Onde não andam quadrilhas
Para deixar para suas filhas
Porém não sejamos tolos
Ingênuos de imaginar
Pensando que é de agora
Da hora, desse lugar
Que se passou a usar
Essa expressão em coro:
“Vamos repartir o bolo?”
Não, senhores e senhoras
Já vem de longe essa estória
Contos de contos de réis
Das patacas, dos cruzados
Do povo que, dominado
Sem prever o resultado
Absorvia o viés
O que admira é a forma
Como tudo evoluiu
Mudando cascas e peles
Mas conservando o pavio
O talo, o umbigo, o fio
Desse passado tão reles
A quilha desse navio
Desse jeito precisamos
Inventar na educação
Um modo, uma forma, um plano
De desestruturação
Desconstruindo esse engano
Que já forma cedo insanos
Cidadãos da corrupção
Massificação da ética
No termo bem empregado
Impregnando os setores
Com respeito ministrado
Em doses disciplinares
De modo a exalar nos ares
Um novo civilizado