O cabra que se amancebou com uma cabra
I
O mundo tá bem moderno
Quase tudo é permitido
Mulher casa sem marido
Com outra que usa terno
E jura amor eterno
Como se fosse um casal
Tem homem que acha normal
Casar com outro sujeito
Eu não tenho preconceito
E no Brasil é legal
II
Mas algo extravagante
Tá abalando o Sertão
Uma grande aberração
Uma coisa degradante
Um homem tem como amante
Uma cabra amestrada
Diz que é sua namorada
E já pediu o casório
Na igreja e no cartório
É sério, não é piada
III
O povo lá do Sertão
Até se modernizou
A energia chegou
Com ela a televisão
Houve uma aculturação
Novos costumes vieram
Coisas novas aprenderam
Mas homem casar com bicho
É, deveras, um capricho
Que eles lá não toleram
IV
Um homem apaixonado
Por outro já é normal
Mas se for por um animal
Comete grande pecado
Deve ser excomungado
Seja lá qual for a Seita
Todo mundo o rejeita
Pois isso é zoofilia
E ninguém jamais confia
Em quem com bicho se deita
V
O padre disse: É pecado
E não faço o casamento
Pois que esse sacramento
Não pode ser profanado
Só será o homem casado
Com sua cara-metade
O juiz com brevidade
Ao tomar conhecimento
Proibiu o casamento
No cartório da cidade
VI
Sem certidão do juiz
Sem benção do capelão
Mudou de religião
Tantas vezes quanto quis
Em nenhuma o infeliz
Conseguiu nela casar
Resolveu se amancebar
E não dar satisfação
Mas o povo do Sertão
Nunca vai se acostumar
VII
Eu aqui fico a pensar
Como é esse romance
Para que a cabra alcance
Quando for ele beijar
Tem que as patas levantar
Ou ele ficar de joelho
Coisa que não aconselho
Pois se o bode confundi-lo
Ninguém irá acudi-lo
Será grande o destrambelho
Edmilton Torres
Insiro abaixo a interação do poeta recantista Edson Oliveira, com o agradecimento pela visita e colaboração que muito me orgulhou.
Já vi tudo quanto é coisa
Aos 50 de idade
Cachorro de duas cabeças
Menino pela metade
O que é imoral no campo
É normal para a cidade
Mas meu amigo Edmilton
Por Deus eu não acredito
Que isso seja verdade
Essa história macabra
Do cabra casar com uma cabra
Para mim e novidade
Edson Oliveira
I
O mundo tá bem moderno
Quase tudo é permitido
Mulher casa sem marido
Com outra que usa terno
E jura amor eterno
Como se fosse um casal
Tem homem que acha normal
Casar com outro sujeito
Eu não tenho preconceito
E no Brasil é legal
II
Mas algo extravagante
Tá abalando o Sertão
Uma grande aberração
Uma coisa degradante
Um homem tem como amante
Uma cabra amestrada
Diz que é sua namorada
E já pediu o casório
Na igreja e no cartório
É sério, não é piada
III
O povo lá do Sertão
Até se modernizou
A energia chegou
Com ela a televisão
Houve uma aculturação
Novos costumes vieram
Coisas novas aprenderam
Mas homem casar com bicho
É, deveras, um capricho
Que eles lá não toleram
IV
Um homem apaixonado
Por outro já é normal
Mas se for por um animal
Comete grande pecado
Deve ser excomungado
Seja lá qual for a Seita
Todo mundo o rejeita
Pois isso é zoofilia
E ninguém jamais confia
Em quem com bicho se deita
V
O padre disse: É pecado
E não faço o casamento
Pois que esse sacramento
Não pode ser profanado
Só será o homem casado
Com sua cara-metade
O juiz com brevidade
Ao tomar conhecimento
Proibiu o casamento
No cartório da cidade
VI
Sem certidão do juiz
Sem benção do capelão
Mudou de religião
Tantas vezes quanto quis
Em nenhuma o infeliz
Conseguiu nela casar
Resolveu se amancebar
E não dar satisfação
Mas o povo do Sertão
Nunca vai se acostumar
VII
Eu aqui fico a pensar
Como é esse romance
Para que a cabra alcance
Quando for ele beijar
Tem que as patas levantar
Ou ele ficar de joelho
Coisa que não aconselho
Pois se o bode confundi-lo
Ninguém irá acudi-lo
Será grande o destrambelho
Edmilton Torres
Insiro abaixo a interação do poeta recantista Edson Oliveira, com o agradecimento pela visita e colaboração que muito me orgulhou.
Já vi tudo quanto é coisa
Aos 50 de idade
Cachorro de duas cabeças
Menino pela metade
O que é imoral no campo
É normal para a cidade
Mas meu amigo Edmilton
Por Deus eu não acredito
Que isso seja verdade
Essa história macabra
Do cabra casar com uma cabra
Para mim e novidade
Edson Oliveira