C-21 SESSENTA HORAS: 3600 DIAS (Dez anos numa montanha)

01 – As minhas contemplações

Continuava a contento

Ali dentro da montanha

Eu ganhava entendimento

Recebendo do menino

Um novo conhecimento

02 Mas eu já me preocupava

Com o meu tempo indo

Em meu pensar, já passara

Muitas horas assistindo

Passagens de minha vida

Desde que vinha existindo

03 Diante daquele impasse

Ao garoto perguntei:

-Gostaria de saber

Quantas horas já passei

Assistindo esses filmes

Que na tela divisei?

04 - Vais ficar admirado

Com o que vou te contar

Cada minuto aqui dentro

É um dia em seu habitar

Aqui marcaram três horas

Seis meses lá foi passar

05 A cada hora corrida

Dentro dessa montanha

Equivalem a dois meses

Que lá fora o ano apanha

Faz seis meses que você

Deu entrada nesta ganha!

06 Eu muito me admirei

Com aquela revelação

E segundo disse ele

O pulsar do meu coração

Se faria em 60 horas

Dentro daquela mansão

07 Concluí, então na mente

Que vivera uma fração

Mas faltavam pra viver

Dezenove da equação

Com X num total de vinte

Dez anos na proporção!

08 Se os leitores daqui

Fizer uma conta justa

Vão descobrir que o tempo

A passar ali, não custa

Porém fora da montanha

Ao calendário se ajusta!

09 Diante da matemática

Sobre os minutos contados

No mundo fora dali

Seis meses tinham passado

Em três horas que eu vira

Do meu viver projetado

10 Para mim foi muito bom

Aquele fato disposto.

Dez anos numa montanha

Sem sair daquele posto!

Me seria muito tempo

E me traria desgosto!

11 Com aquela revelação

Eu tive nova alegria

Pois dez anos ali dentro

Somente equivaleria

A cerca de sessenta horas

Que eu ali passaria

12 Era mais um conhecimento

Que somava ao meu conceito

Mas eu ali não sentia

Ter compreendido o efeito

O que lá fora ocorreria

Com o tempo em tal pleito!

Continua...