O fogo do Ribeirão
No azul celeste dos céus
Nos vales de Minas Gerais
Corta veloz e rasteiro
Uma bola de fogo fugaz
A coisa passa zunindo
De pé o povo se espanta
De noite a bola alumia
De dia a bola encanta
Na capela de Santa Rita
O povo vem procurar
Abrigo e proteção
Pra bola de fogo espantar
O bairro do Ribeirão
Aprende com a cantoria
Nas noites sem lua no céu
A bola de fogo alumia
O nascente do pequeno sol
Na testa do Monte Belo
Por traz da montanha aparece
O vermelho redondo do inferno
Uns dizem sem compaixão:
- o trem é muito esquisito
- Aparece num raio riscando
- E parte para o infinito
A ciência tenta em vão
Relatar o fogo cortante
2+2 agora é cinco
A bola de fogo cismante
Eu aqui na minha tapera
No Bairro do Ribeirão
Tenho medo das noites escuras
Que aparece o velho clarão
Em nome do Pai e do Filho
Eu peço sempre a rezar
De joelhos no chão bem batido
Da janela a luz a queimar
O povo do Ribeirão
Se treme ao ver a visão
As moças de pé a chorar
Os homens pedindo perdão