O fogo do Ribeirão

No azul celeste dos céus

Nos vales de Minas Gerais

Corta veloz e rasteiro

Uma bola de fogo fugaz

A coisa passa zunindo

De pé o povo se espanta

De noite a bola alumia

De dia a bola encanta

Na capela de Santa Rita

O povo vem procurar

Abrigo e proteção

Pra bola de fogo espantar

O bairro do Ribeirão

Aprende com a cantoria

Nas noites sem lua no céu

A bola de fogo alumia

O nascente do pequeno sol

Na testa do Monte Belo

Por traz da montanha aparece

O vermelho redondo do inferno

Uns dizem sem compaixão:

- o trem é muito esquisito

- Aparece num raio riscando

- E parte para o infinito

A ciência tenta em vão

Relatar o fogo cortante

2+2 agora é cinco

A bola de fogo cismante

Eu aqui na minha tapera

No Bairro do Ribeirão

Tenho medo das noites escuras

Que aparece o velho clarão

Em nome do Pai e do Filho

Eu peço sempre a rezar

De joelhos no chão bem batido

Da janela a luz a queimar

O povo do Ribeirão

Se treme ao ver a visão

As moças de pé a chorar

Os homens pedindo perdão

Lelo Bitar
Enviado por Lelo Bitar em 06/06/2012
Reeditado em 04/07/2024
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