Mote:
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
Data – 04.06.2012
 
Regras:
Oitavas de sete sílabas poéticas
Rimas – ABABCDCD
 

Eita que época da peste
Tem forró, dança e cachaça
A animação, inconteste
Bastando empunhar a taça
Tem de rezar na cartilha
Respeite essa opinião
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Tem casamento matuto
Pra fazer toda união
Tem cara que mesmo astuto
De pires fica na mão
Mas não entra na armadilha
Por isso né besta não
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Mas o problema afinal
Na noiva reside enfim
O motivo bem central
Será que ela é moça sim
Nervoso como uma pilha
O noivo olhava pro chão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
De longe grita um senhor
Fazendo enorme arruaça
Meu protesto, por favor,
Isso parece trapaça
Essa saiu da planilha
Bem ali naquele oitão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Esquentou todo ambiente
Com o povo estupefato
Mas que noivo saliente
Mexer com mulher do mato
Uma brejeira que brilha
Cheia de provocação
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
O vigário interrompeu
De logo a solenidade
O pai dela estremeceu
A filha sem castidade
Matuto não perde a trilha
Em qualquer situação
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Então chegou a polícia
De cassetete no punho
Essa gata que delícia!
Sendo gostosa eu acunho
Mas aquela maravilha
Foi soltando seu rojão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
O tenente satisfeito
Falou com muito otimismo
O que tá feito tá feito
Não venha com seu cinismo
Quem é bom não se humilha
Em qualquer ocasião
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Com a noiva barriguda
Dum matutinho querido
Deus por bondade me acuda
Não vou ter um desvalido
Eu que pensei ser bastilha
Meti-me na confusão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
A festa recomeçou
Os convidados gostaram
Indagam quem não pecou
Claro que todos se amaram
O corpo sempre fervilha
O beijo se espalha então
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Quando do corte do bolo
Parecia um reboliço
Sim, pois aqui não tem tolo
Estavam ali para isso
O bolo era só baunilha
Mexendo virou pirão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Os sanfoneiros tocavam
Pra deslanchar o ambiente
Os casais já se abraçavam
Todos ficaram contentes
No cio então a novilha
Com o arraial do sertão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Mas os nubentes queriam
Outra forma de brindar
Aproveitando fugiram
Dali daquele lugar
Foram por trás da manilha
Aos abraços de montão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Como não mais suportaram
Aquele jejum danado
Por lá mesmo se deitaram
Num forró bem arretado
As pernas feito forquilha
O noivo tal qual leão
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
Em construção/revisão
 
Ansilgus


07/06/12 17:57 - Jacó Filho
 
Quase fico sem fôlego,
Acompanhando esse rojão.
O noivo levanta trôpego,
E com as roupas na mão.
A noiva seguindo a trilha,
Pra dançar mais um baião.
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO
 
 Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos
ilumine... Sempre...

12/06/12 10:27 - ANGELICA GOUVEA, grato e meu abraço:

NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER O MEU SÃO JOÃO.
A qui voce  arrebentou
N este Cordel, deslizou
S oube trazer alegria
I nstante de pura magia
L ogo foi pura diversão
G irar por este São João
U m Cordel arretado
S abedoria deste povo amado

26/06/12 20:20 - Vânia Gomes interagiu com sabedoria, grato:

Meu querido amigo e Mestre Ansilgus!! Que delícia de cordel! Me acabei
de rir, diversão garantida!!!  Tive que deixar uma interaçãozinha aqui
pra você! Espero que goste!

Amo festança na roça
Inda mais com confusão
Melhor da cultura nossa
As raízes do sertão
Ansilgus, que maravilha:
Cordel é minha paixão!
NA PAMONHA E NA QUADRILHA
VOU FAZER MEU SÃO JOÃO