* Tropeços da inteligência *
Trago a história de dois ursos
Que caíram numa armadilha
Foram levados para um circo
Onde um deles, ainda hoje brilha.
Talvez seja mais inteligente
Por fazer um trabalho diferente
Por não andarem na mesma trilha.
Um deles aprendeu a andar no monociclo
E na bola se equilibrar
A sua foto apareceu nos cartazes
E todo mundo veio olhar
- “Como este é inteligente”
O outro burro e desobediente
Ficava num canto a urrar.
Por mais que seu treinador,
Fizesse promessas e ameaças.
Não dava sinais de entender
Era uma grande desgraça.
Chamaram o psicólogo,
Veterinário e fonoaudiólogo
E nada de seu ar de graça.
O diagnóstico que deram,
Pediram para não insistir.
Ele não desenvolverá aprendizado
É muito baixo seu QI.
Ficou abandonado num canto.
Sem fotos, sem aplausos, sem encanto.
Não se sentia bem ali.
Veio à crise econômica,
E o circo veio à falência.
Concluíram que a coisa mais caridosa,
Mais prática e sem maiores consequência.
Era devolver os animais para a floresta.
É a única coisa que resta
E a melhor providência.
Estranho é que, em meio à viagem,
O urso, tido por burro teve uma grande alegria!
Parecia ter acordado,
Do estado de letargia.
Como se estivesse reconhecendo
Lugares que ia vendo
E ia mostrando sua simpatia.
Enquanto seu amigo de QI alto,
Brincava com a bola tristemente.
Não sabia fazer mais nada,
Não largava seu último presente.
Finalmente chegaram à floresta
O urso burro gritou, pulou, fez a festa.
Com um sorriso enorme, contente.
Soltou um enorme urro de prazer!
E abraçou aquele mundo que não esqueceu.
O urso inteligente subia na bola...
Foi o último número que aprendeu.
Era somente o que sabia fazer
Então, veio bem alto dizer
- O burro agora sou eu!
Não tinha cheiro de pipoca,
Nem grito de crianças,
Nem música de bandas,
Nem saltos, nem danças,
Nem peixe alguém ia lhe dar.
Como ele ia escapar...
Perdeu sua esperança.
Há vários tipos de inteligência
É importante reconhecer.
O que é bom para os outros,
Pode não ser para você.
Tem muita inteligência boa
Que para algumas coisas fica-se atoa
Sem ela não presta para viver.