NATALINO O MAGO NORDESTINO

Há um tempo atrás

O ano não sei qual

Uma velha senhora

Sofria com a seca infernal

Com seu filho Natalino

Era uma família de nordestino

Vivia de farinha, água e sal.

O patriarca dessa família

A seca o castigou

Não resistiu o sofrimento

E o árduo labor

Morreu na seca roça

Não teve nem ultima prosa

Com seu filho sonhador

A velha Dona Maria

Mãe de Natalino

Sofria com a seca

E com seu filho sem tino

Que buscava algo que não sabia

Algo que não compreendia

Naquele sertão nordestino

Então Natalino falou:

- Mãe, amanhã devo partir

Pra procurar não sei o que

Mas, sei que devo ir

Mas, prometo voltar

Quando eu encontrar

A razão de sair

Saiu o jovem de casa

Sem saber pra onde ir

Subindo e descendo serra

Dentro do peito agonia

Por não saber o que procura

Seu coração forma rachadura

De saudade de Mainha

No entardecer Natalino

Finalmente olhou pra trás

E pôde ver que a seca

Não castigava mais

As terras de sua infância

Teria novamente bonança

E sua mãe teria paz

Quando anoiteceu Natalino

Resolveu então descansar

E dobrar seu joelho

Pra resposta buscar

A respeito da sua missão

Qual era verdadeira razão

Pra sua mãe abandonar

Terminará suas orações

Uma lágrima no rosto rolou

Eram lembranças do passado

Tudo que seu pai o ensinou

Dos amigos de infância

Brincadeiras e cirandas

Que a seca tirou

As lembranças fluem

Ali na sua frente

Lembra seus amigos

Felizes e contentes

Lembra as brincadeiras

O pega-pega na feira

No meio de toda aquela gente

E o sono rouba

As lembranças do passado

Em um adormecer

De alguém perturbado

Um sonho angelical

Dá pista ao qual

É o seu legado

Um suave despertar

Naquela madrugada

Tem um sinal

De onde vai ser sua parada

Um raio, um corisco ao chão.

Mostrou pra Natalino a direção

O anjo mostra sua jornada

Então o anjo disse:

- vá jovem rapaz

Encontre a criança prometida

Que trará pro sertão paz

Ajude-o a sobreviver

Ele depende muito de você

Não perca mais tempo, vai

Amanhecia quando ele partiu

Seguindo em direção

A procura do sinal

E porque da razão

De abandonar a velha Maria

O porquê de tanta agonia

Dentro do seu coração

Enquanto Natalino

No sol quente caminhava

Aconteciam milagres

Que nada explicava

Nuvens carregadas

Acompanhavam suas passadas

E animais de leite o acompanhavam

Ao longe um povoado

Natalino pôde avistar

Um povoado castigado

Ele pôde facilmente analisar

Uma pequena multidão

Que pedia em oração

A Deus, por eles olhar

Na entrada do povoado

Assim que Natalino chegou

Um forte trovão

O recepcionou

Rapidamente ele estava

Onde a criança se encontrava

Numa fome de horror

As tetas de sua mãe seca

A criança apenas respirava

O povo todo olhando

Enquanto Natalino o segurava

Percebeu então a razão

Havia cumprido a sua missão

A criança estava salva

Deu água, leite e carne

A criança foi amamentada

Eram muitos animais

Que ali fizeram parada

Os trovões não paravam

Fortes sinais de chuva davam

Então a criança chorou

Roncou um forte trovão

Caiu um grande aguaceiro

Que molhou toda vegetação

Então o milagre aconteceu

O fim da seca se deu

Natalino cumpriu sua missão

Missão cumprida ele foi

De volta à terra natal

Chegou um dia após

A festa do Natal

Pra rever sua Mainha

Que te deu muita alegria

A seca se deu final