11 - DEZ ANOS NUMA MONTANHA - A Morte é um Abismo

01 Na tela da minha vida
Que o menino apontava
As mudanças ocorriam
E outros fatos mostrava
Thomás de Aquino se fora
E eu sozinho ficava.

02 Vi numa linda paisagem
Novo dia amanhecer
E cenas posteriores
Foi na tela aparecer
Era sobre uma jornada
Eu no mundo a percorrer

03 Na tela vi que andava
Por um caminho deserto
No coração, a tristeza
Estava a céu aberto
Com grande melancolia
Eu dava passo incerto!

04 Ia pensando absorto
Meu viver de caminheiro
Na lida eu não tinha fé
Pois vivia sem dinheiro,
As curvas representavam
Mistérios dos meus roteiros!

05 No avanço do caminho
Me encontrei com a Ilusão
Que quis me aconselhar
Ir em outra direção
Aceitei sua palavra
Com boa disposição.

06 Mas após eu ter andado
Um trecho na tal estrada
Fui tendo no pensamento
Uma vontade aprumada
De voltar para o caminho
Onde eu ia de jornada!

07 Porém ao olhar pra trás
Não mais divisei a via
A estrada ali sumira
Como por uma magia
Só me restava seguir
Avante como eu ia.

08 E a cada passo dado
O abismo me seguia
Se eu olhasse pra trás
Até tonto eu ficaria
Pela grande profundeza
Daquela anomalia

09 Eu fiquei impressionado
E ao menino perguntei:
Que abismo é aquele
Que segue os passos que dei?
Com a resposta do garoto
Eu até me assustei!

10 -Essa parte, ó peregrino
Nessa tela projetada
Representa que a vida
Sempre acompanhada
Pelo abismo da morte
Que fica nas caminhadas!

11 Me lembrei do bom Thomás
Ter me falado a respeito:
Disse que todo humano vivo
Tem a morte como pleito,
Porém eu jamais pensei
Que fosse um abismo feito.

12 Mas a imagem projetada
Tinha um régio fundamento
A morte era um buraco
Sem largura e fundamento
Compreendi pois, perfeitamente
A projeção do momento.

continua...no tomo 12