O cabo Zé Vicente

Inspirado no trabáio da cumade Hull em Elzinha e Zé Vicente

Airam Ribeiro

Um dia xegô Zé Vicente

No colégio militá

Um cabo atraente

Cuma nun houve outro iguá

Foi dizeno sem lamento

Da licença sargento

Deixa o cabo entrá?

De dento em continênça

O sargento respondeu

Tô feliz cum sua prezença

Onde o cabo se meteu?

E o cabo Zé Vicente

Respondeu pra o tenente

Conto já o cunticeu.

Da porta em continênça

Ele cumeçô falá

Vim buscá uma licença

Eu rezorví min cazá

Pois essa vontade minha

É cazá cum a Elzinha

Fia de Dé Jacarandá.

É bem qui na verdade

Maria era a namorada

Mas vi nela falcidade

E nun quis cê minha amada

Voltei já detardizinha

A mim contrá cum Elzinha

Qui min aceitô a danada.

O sargento só ouvia

Sem dexá o cabo entrá

E o cabo assim dizia

Se o sargento artorizá

Saí daqui é o qui faço

Boto Elzinha nos braço

Inté xegá no artá.

Depois da torização

Saiu o cabo Zé Vicente

Pra casa da sua paixão

Mermo ela u’a indecente

Na sua casa ele xegô

Vendo qui o cabo entrô

Elzinha ficô contente.

Ela seno sem vergonha

A Maria era mais pió

Ele perdeu a cerimônia

Xamô Elzinha de xodó

E depois qui se cazô

Aí então o cabo entrô

Bem dibáxo do lençó.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 20/05/2012
Reeditado em 21/05/2012
Código do texto: T3678350
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