O cabo Zé Vicente
Inspirado no trabáio da cumade Hull em Elzinha e Zé Vicente
Airam Ribeiro
Um dia xegô Zé Vicente
No colégio militá
Um cabo atraente
Cuma nun houve outro iguá
Foi dizeno sem lamento
Da licença sargento
Deixa o cabo entrá?
De dento em continênça
O sargento respondeu
Tô feliz cum sua prezença
Onde o cabo se meteu?
E o cabo Zé Vicente
Respondeu pra o tenente
Conto já o cunticeu.
Da porta em continênça
Ele cumeçô falá
Vim buscá uma licença
Eu rezorví min cazá
Pois essa vontade minha
É cazá cum a Elzinha
Fia de Dé Jacarandá.
É bem qui na verdade
Maria era a namorada
Mas vi nela falcidade
E nun quis cê minha amada
Voltei já detardizinha
A mim contrá cum Elzinha
Qui min aceitô a danada.
O sargento só ouvia
Sem dexá o cabo entrá
E o cabo assim dizia
Se o sargento artorizá
Saí daqui é o qui faço
Boto Elzinha nos braço
Inté xegá no artá.
Depois da torização
Saiu o cabo Zé Vicente
Pra casa da sua paixão
Mermo ela u’a indecente
Na sua casa ele xegô
Vendo qui o cabo entrô
Elzinha ficô contente.
Ela seno sem vergonha
A Maria era mais pió
Ele perdeu a cerimônia
Xamô Elzinha de xodó
E depois qui se cazô
Aí então o cabo entrô
Bem dibáxo do lençó.