Tragédia do Ditão

Ditão era um homem honesto

Fino, de vasta cultura

Exercia um invejável cargo

Aqui, em nossa prefeitura

Imenso era o seu valor

Homem de envergadura

Simpático e carismático

Sua alma era uma candura

Tinha pouca experiência

Em matéria de amar

Já na faixa dos quarenta

Eu nunca ouvia falar

Que o nosso amigo Ditão

Fosse de namorar

Conheceu uma senhora

E levou-a para morar

De repente a notícia

No bairro se espalhou

Que um sr. de moto

A sua amada levou

Logo no dai seguinte

Uma vizinha me contou

Que o encontraram morto

E vizinhança se chocou

Ainda não fiquei sabendo

Se ele próprio se matou

Ou se bebeu demais

E com o coração não aguentou

Só sei dizer que o Ditão

Para nós se acabou

Foi -se embora o nosso amigo

Mas a saudade ficou

E assim termino os meus versos

Com grande dor no coração

E fico a imaginar

Aqui com meu botão

Como é que um homem pode

Cair no laço do cão

Dar cabo de sua vida

Por causa de uma paixão!