O VEXAME DO PESCADOR
Foi na Rua do Jangadeiro
No castelo encantado
No Bairro do Mucuripe
Tem o trânsito meio parado
O carro um pelo outro
Passa mas é apertado
Morando um pescador
Que é muito conhecido
Chamado de Constantino
Por ser muito destemido
Por todos de Coronel
Lhe deram este apelido
Como sempre uma perua
Mutio feliz possuía
Essa estava no prego
Às nove horas do dia
Estava de frente a casa
Só se empurrasse saía
No momento foi passando
Um carro da viatura
Tinha a passagem estreita
Quase não tinha largura
O chefe entusiasmado
Deu um sinal de bravura
‘‘O motorista deste carro
Quem é que não vem tirar?
Está empatando o trânsito
Venha já desocupar
Tirar do meio da Rua
Botar em outro lugar.’’
Não ouvindo o pescador
A voz brava continua
Nisso o vizinho chamou
‘‘Coronel tua perua
A polícia está mandando
Tirar do meio da rua.’’
Quando chamou coronel
De repente aí mudou
O fogo estava queimando
Nesse momento apagou
Aquela forte bravura
Em carinho transformou
É forte uma autoridade
Quando cumpre o seu dever
Dando o direito a quem tem
Que tem erro faz sofrer
Mas sempre tem um desvio
Por alguém que tem poder
O chefe da viatura
Disse: ‘‘Não! Pode deixar
É o carro do coronel
Está no devido lugar
Aqui nós damos um jeito
De lado vamos passar’’
Se soubessem que era só
Chamado de coronel
Um pescador que não tinha
De formatura um anel
Era sujeito a sofrer
Um constrangimento cruel.