glosas martelos agalopados.

QUANDO A AURORA DISPONTA RUTILANTE /

GEME O PORCO ENFADONHO NO CHIQUEIRO / //

CANTA ALEGRE O CHECHÉU NO TABULEIRO / //

E RELINCHA O CAVALO NA VAZANTE / //

MUGE O TOURO COM ÉCO TREPIDANTE / //

MANSA BRISA DESLIZA PELA CHÃ/ //

NO RIACHO CANTA UMA ACAUÃ / //

ZUNE ABELHAS NAS FLORES DO PEREIRO/ //

GEME A EMA, O JACÚ EO FERREIRO/ //

COMTEMPLANDO AS BELEZAS DA MANHÃ

DISPERTA CEDO O VAQUEIRO HERÓI DA LUTA /

/MONTA UM BAIO BONITO, GORDO E FORTE / //

QUE NAS LUTAS DO CAMPO É SEU TRANSPORTE/

NO QUAL CAVALGA COM FURIA ABSOLUTA / //

NA CHAPADA NO MATO E LA NA GRUTA ///

PELA LUTA DIÁRIA SE ESMOREJA ///

VIVE ASSIM EMPENHADO NA PELEJA / //

PEGA O BOI A NOVILHA EO GARROTE / // VACA, TOURO O BEZERRO E NOVILHOTE/ //

DESTA FORMA É A VIDA SERTANEJA / //

Quando ver-se na linha do horizonte / //

Um pouquinho de claro pardacento / //

É sinal que o sol surge no momento / //

Avisando ao vaqueiro que se monte / //

Siga logo o caminho de uma fonte / //

Que é a única que o gado vem beber / //

Pode até por ali aparecer/ //

Uma rês que estava tresmalhada/ //

Que sÓ pode ser vista a madrugada / //

PORQUE VIVE NA MATA A SE ESCONDER/ //

QUANDO A NOITE DE TREVAS É TENEBROZA //

DESDE O ALTO DA SERRA AO BAIXÃO/ //

SÓ SE VER A IMENSA ESCURIDÃO / //

IMITANDO UMA FANTASMA ASSOMBROSA / //

TODA TERRA SE TORNA CAVERNOZA / //

ATÉ MESMO PARA O POBRE ASSASSINO / //

QUE VAGANDO IGUALM,ENTE A UM PEREGRINO/ //

NOS REVEZES QUE AS SORTES LHE ENCLINAN / //

SÓ OS ASTROS BRILHANMTES ILUMINAN/ //

SUAS CURTAS VEREDAS DO DESTINO/ //

QUANDO É MANHÃZINHA EM MEU SERTÃO / //

VAI AO CURRAL O VAQUEIRO TIRAR LEITE / //

A PATROA DA CASA EM SEU DELEITE / //

DAR CARÍCIA NA CAMA A SEU PATRÃO / //

NO ALPENDRE RELINCHA UM ALAZÃO / //

AS EMPREGADAS DA CASA ESTÃO DE PÉ / //

VÃO Á COZINHA FAZER , CUSCUZ, CAFÉ / //

PÁRA TOMAREM COM QUEIJO. ANGU, COALHADA/

RAPADURA,FARINHA E CARNE ASSADA / //

VEJA A VIDA NO CAMPO COMO É / //

QUANDO É MÊS DE SETEMBRO SE FAZ BROCA / //

FAZ MOÁGEN DE CANA E FARINHADA / //

FAZ FORRÓ FAZ LEILÃO E VAQUEIJADA / //

QUEIMA A ROÇA , ENCOIVARA E FAZ DISTOCA/ //

O ASPECTO DO CLIMA FAZ A TROCA / //

SECA AÇUDE, BARRAGEM E CACIMBÃO / //

MAS COMEçA A CANTIGA DO CARÃO / //

AVISANDO UM INVERNO JÁ VINDOURO / //

NASCE UM SOL AMARELO COR DE OURO /, //

CLAREANDO AS BELEZAS DO SERTÃO / //

É BONITO UM FORRÓ NUMA LATADA / //

UMA SANFONA ,A RABECA E UM PANDEIRO/ //

UMA LÃMPADA COLEMAM OU CANDIRIRO / //

NO OITÃO A MORENA RECOSTADA // /

QUE É QUERIDA É AMANTE E NAMORADA / //

A CAFEZEIRA , O BOZÓ O BUTIQUIM / // dança Ana Sofia, ,Zé , Joaquim

BEBE CANA UM POETA E cITA RIMA / // a GENTE BEIJA NA BÔCA DE UMA PRIMA

NO SERTÃO QUE EU NASCI É SEMPRE ASSIM / //

DEMANHÃ É TÃO BOM BANHAR NO RIO ///

CORRER ATRAZ DE UMA VACA OU O GARROTE

TRAVESSASAR UM BAIXIO GRUTA E SERROTE

VER A NÉVOA NA SERRA EM DIA FRIO / //

CANTAR COM UM, BOM POETA EM DESAFIO/ //

NAMAORAR COM DONZELA NO MOITÃO // /

TROCAR BEIJOS, CARINHOS , BELISCÃO / //

ESCONDIDO DO POVO E NINGUEM VENDO / //

HOJE ESTOU NA CIDADE E NÃO ESTOU TENDO

OS PRAZERES QUE TIVE EM MEU SERTÃO/ //

CANÁRIO BRANCO. FORTLEZA 30 DE 04/2012

<<sagitário>>

O CANÁRIO BRANCO
Enviado por O CANÁRIO BRANCO em 01/05/2012
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