Viva Francisco Macedo, um Menestrel Potiguar

Autor: Marciano Medeiros

Lembro Francisco Macedo,

um poeta valoroso,

que escrevia seus folhetos

de modo bem primoroso,

metrificava correto,

o menestrel talentoso.

Macedo era virtuoso,

sempre teve inspiração,

também foi um desportista

que presidiu com ação,

Alecrim Futebol Clube,

equipe do coração.

Eu tenho recordação

do mensageiro fiel,

me mostrando seus folhetos

com poesia a granel,

numa manhã radiante,

lá na Casa do Cordel.

Também não era infiel,

a cultura popular,

redigindo muitos versos

com grandeza singular,

foi dos melhores poetas

no cenário potiguar.

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Precisamos divulgar

as estrofes produzidas,

jorradas no coração,

onde foram traduzidas,

igualmente a lindas flores

com pétalas bem coloridas.

Não são imagens perdidas,

elas gritam de saudade,

do poeta generoso,

cultivador de amizade,

que redigiu seus cordéis

com muita fraternidade.

Falava com liberdade

das numerosas temáticas,

divulgando seus poemas

sem ter ações midiáticas

e os enredos dos folhetos,

só mostravam cenas práticas.

Nunca usou frases estáticas,

o famoso cordelista,

mas escreveu com vigor,

sem fazer pose de artista,

gerou trabalho profundo

com estilo modernista.

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Também não foi elitista,

sempre amava a poesia,

não conheço outro poeta

no mundo da cantoria,

que possa fazer cordéis

com tanta sabedoria.

Ensinou filosofia

nos seus textos populares,

usando palavras simples

com rimas bem singulares

e ninguém ouviu Macedo,

falando coisas vulgares.

Nos caminhos salutares

virou bom semeador,

espalhando a poesia

o famoso trovador,

fez muito pelo cordel

com estilo inovador.

Considero um professor,

o discreto cidadão,

que usava lindamente

a chama da inspiração,

para botar na sextilha

correta pontuação.

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Sua vida foi lição

que precisamos olhar,

sempre levava jornais

pedindo pra divulgar,

nos eventos de cultura

que vinha prestigiar.

Não poderei apagar

as lembranças comovidas,

deste notável colega

nas conversas divertidas,

quando declamava os versos

com emoções incontidas.

Sem ter palavras perdidas

demonstrava o seu talento,

dizendo sublimes trovas

com grande enternecimento,

o trabalho de Macedo,

não merece esquecimento.

Demonstrava o pensamento

com muita capacidade

e os sintomas das drogas,

comentou com liberdade,

num folheto sobre o tema,

disse marcante verdade.

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Esta grande sumidade,

em nosso Estado viveu,

durante quarenta e oito

no século vinte nasceu

e pra Santana do Matos,

mostrou o talento seu.

Macedo surpreendeu,

é filho dum sertanejo,

seu pai era o nobre Lauro,

estudar foi seu desejo,

já sua mamãe Nobília,

lhe deu vida sem molejo.

O vate não fez gracejo,

manteve a seriedade,

estudou com galhardia

e muita serenidade,

então fez curso de letras

em nossa Universidade.

O colega na verdade

sempre demonstrou valor,

um talento especial

pra se tornar redator

e publicou muitos livros,

sendo fecundo escritor.

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Além de ser trovador,

Macedo foi sonetista,

dentro dos catorze versos

transformou-se em saudosista,

conseguindo ir mais além

da temática cordelista.

De modo positivista,

preservou bom romantismo

e nos sonetos que fez,

vemos ardente lirismo,

de quem falou sobre as musas,

sem demonstrar pedantismo.

Persistiu com brilhantismo,

trabalhando a vida inteira,

na famosa livraria

do senhor Walter Pereira,

fez leituras que lhe deram,

suporte pra vida inteira.

Nessa fase pioneira,

Macedo foi redigindo,

com seu dom de menestrel

fazia versos sorrindo

e as emoções sublimadas,

chegavam de jeito infindo.

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O vate foi construindo,

lindas poesias novas,

sem temer os desafios

da vida que pede provas

e convidado, integrou-se,

na Academia de Trovas.

As experiências novas

traçaram roteiro forte,

Macedo foi conquistando

um valoroso suporte,

nessa nobre Academia

do Rio Grande do Norte.

Nunca precisou de sorte,

pois recebeu dom divino,

o sentimento gigante

de poeta peregrino

e representou lá fora,

nosso povo nordestino.

Ele virou paladino

e redator inconteste,

que recebeu projeção

lá nas terras do Sudeste,

ali ganhou muitos prêmios,

engrandecendo o Nordeste.

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Com seu talento inconteste

fez versos inovadores,

noutras agremiações

ingressou por ter valores,

foi pra União Brasileira

dos Poetas Trovadores.

Seus poemas multicores,

deixou como saudação,

pois em dezoito de março

fez a grande transição,

no ano dois mil e doze,

foi pra divina mansão.

Lá na outra dimensão,

teve alegria tamanha,

quando viu Renato Caldas

sorrindo com Zé Saldanha,

que liderava um cortejo,

repleto de gente estranha.

Abraçou José Saldanha

em hora tão singular

e Severino Ferreira,

cantou de modo exemplar:

– Viva Francisco Macedo,

um menestrel potiguar.

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Marciano Medeiros
Enviado por Marciano Medeiros em 29/04/2012
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