O homem orgulhoso

I
Eu peço a Deus todo dia
Perdão pelos meus defeitos
Os que se julgam perfeitos
Vivem na hipocrisia
Fariseus em romaria
Pro altar da perdição
Quando fazem uma oração
Pecam pelo seu orgulho
Não enxergam o entulho
Que levam no coração

II
São frios e calculistas
Com outros seres humanos
Na verdade são tiranos
Disfarçados de altruístas
Com ideias egoístas
Pra tudo têm argumento
Pois têm como fundamento
Saírem vitoriosos
São ocos, mas são lustrosos
Como pasteis cheios de vento

III
Sentem-se superiores
Na sua mediocridade
Cegos pela vaidade
Da verdade são senhores
E impõem os seus valores
Sem nenhum constrangimento
Mas esse procedimento
São atos de um homem tolo
São como pães sem miolo
Inflados pelo fermento

IV
Chamam sempre a atenção
Pouco ouvem e muito falam
Raramente eles se calam
Durante as conversações
Rejeitam as opiniões
Com saídas elegantes
Parecem com diamantes
Que foram recém-polidos
São ovos apodrecidos
Com suas cascas brilhantes

V
Não reconhecem os valores
Que possuem os semelhantes
Por vezes são arrogantes
Julgando inferiores
Os seus interlocutores
Já esses por humildade
Escondem a capacidade
De expor seus argumentos
Guardando seus pensamentos
Pra outra oportunidade

VI
A falta de humildade
É uma grave moléstia
Que aniquila a modéstia
E aumenta a vaidade
Pena que essa verdade
Não toca o orgulhoso
Parece um prédio lustroso
E de fachada brilhante
Mas para o seu semelhante
É um sepulcro pomposo

Edmilton Torres


Insiro aqui uma interação da amiga poetisa Magna Santos  (http://sementeiras.com.br/), que muito de honrou com essa participação:

Eis uma grande verdade 
Difícil até de falar 
Se uns não se enxergam 
Outros ousam desfilar 
Esquecem da mansidão 
Arrastam tudo no chão 
Pelo prazer de mandar 

Enquanto a vaidade 
Comandar os corações 
Rebaixando o semelhante 
Alterando retidões 
A tristeza vai correr 
E a lágrima vai escorrer 
Qual chuva, pé d'água, tufões 

Mas Jesus que disse um dia 
Que seu Reino aqui não era 
Deixou subentendido 
Um "ainda" bem de vera 
O tempo passa ligeiro 
Por isso o derradeiro 
Primeiro fará nova era 

Me despeço de Edmilton 
Que das letras fez um canto 
Em nome do Nosso Senhor 
Em nome do Espírito Santo 
Voltarei mais outra vez 
E colherei com lucidez 
Mensagem, paz e encanto.

Magna Santos
Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 28/04/2012
Reeditado em 21/05/2012
Código do texto: T3638782
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