A Prisão do Pássaro

Eu não sei qual o motivo,

Desconheço a razão

De está nesta prisão;

Estou mui apreensivo,

Meu amor não tá mais vivo,

Mataram sem compaixão;

Buscava alimentação,

Para nossos filhotinhos,

Todavia, no caminho,

Dum tiro, caiu no chão.

Ela saía cantando,

Para procurar comidas,

Saía feliz da vida,

Eu ficava vigiando;

E nisto, de vez em quando,

Se um predador surgia,

Dele, eu os defendia,

A gente era feliz,

Mas o homem, 'infeliz',

A matou com tirania.

Eu sou a mãe e o pai,

Vigio, dou de comer,

Agora, como vai ser?!

Dá de comer, ninguém vai,

Tudo isso dói demais,

Daqui não posso sair,

Acho que vou me fingir

De morto, para meu 'dono',

Não como, não tenho sono,

Nem sede cheguei sentir.

E foi assim que eu fiz,

Quando meu 'dono' chegou,

Deitado, me encontrou,

Pegou-me e pra mulher diz:

"Eita, morreu o concriz,

Eu vou jogá-lo no mato",

E foi esse o seu ato,

Quando jogou-me no chão,

Voei como um foguetão,

Como um avião a jato.

Estava feito um fiapo,

Deu-me sede e muita fome,

E, já liberto do homem,

Comi té encher o papo,

Fiquei quase como um sapo,

E segui pelo caminho,

Ligeiro, cheguei no ninho,

Achei-os enfraquecidos,

Mas após terem comidos,

Ficaram bem quietinhos.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 23/04/2012
Reeditado em 26/04/2012
Código do texto: T3629560
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