As influencias da morte na economia mundial. Autor: Damião Metamorfose.
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Não há quem possa acabar
Com a morte por um dia,
Uma hora, um minuto,
Um segundo bom seria.
Mas se a morte acabasse,
Gerava um grande impasse
No mundo e na economia!
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E com isto quem perdia
Mais, era a religião.
Pois ninguém queria ir
Em culto missa ou sermão...
Sem medo de ir pro inferno,
Até mesmo o pai eterno
Ficava sem procissão!
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Sem a morte o sacristão
Não tocava mais o sino.
E o planeta ia ter
Mais velho do que menino.
Portanto não fique triste,
Inda bem que a morte existe
Pra cruzar nosso destino!
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O milionário ou grã fino
Sem a morte, humilhava
O mais pobre, e o empresário,
Massacrava e explorava.
A coisa era tão precária
Que até a funerária
Sem vender caixão, fechava!
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O coveiro não cavava
Covas para sepultar.
Caia a venda de enxadas
E chibancas pra cavar.
O problema era tão sério
Que até o cemitério
Sem a morte ia fechar!
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Fieis não iam rezar,
Torah, Bíblia ou catecismo...
Ninguém pedia perdão,
E sem o medo do abismo
A disputa era acirrada,
Partindo pro tudo ou nada
Os adeptos do egoísmo!
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Aumentava o ateísmo,
Devoção diminuía.
Ninguém pagava promessa,
Nem ao menos se fazia.
Ninguém vendia jazigo
Nem comprava mais o trigo
Pra fazer a eucaristia!
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Lapinha não se vendia...
A freira e a beata...
Perdiam os privilégios,
Falia a fabrica de bata.
Acabava-se o sermão,
O andor e a procissão
E a famosa “barata”
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Quem chama a morte de chata,
Mensageira da maldade...
Ia sentir falta dela
Quando visse atrocidade.
E por ninguém morrer cedo
Não se ia mais ter medo
Dos filhos da crueldade!
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Sem a morte na verdade
Não vai ser tão bom assim.
Pois vai sobrar gente boa
E muito mais gente ruim.
Já que a guerra não matava
Qualquer um doido assoprava
O fogo do estopim...
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Sem a morte o querubim
Não ia mais perdoar.
Sendo assim missas e cultos
Era o primeiro a acabar.
Até a bíblia sagrada
Ficava empoeirada
Pois ninguém queria orar!
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A cruz, os santos, o altar...
Não terão nenhum valor.
A crueldade também
Não vai causar mais terror.
Perdiam a fé em Jesus...
E nem pregado na cruz
O corpo vai sentir dor!
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O servente e o construtor
Mestre de obra e pedreiro.
Fabricantes de caixões,
Quem faz pregos e o ferreiro.
Na área de funeral,
O desemprego é total,
Afetando o mundo inteiro!
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Afetava o carpinteiro
Carpideira e capelão.
O cara que pintas as faixas,
Com salmos ou oração.
O fabricante de sino...
-Sem a morte o desatino
Toma conta da nação!
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Comprimido e injeção,
Exame e anestesia.
UTI e CTI,
Micro e macro cirurgia.
Tudo em relação à dor...
E a profissão de doutor?
Sem a morte acabaria!
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Se a morte morresse um dia
Para nunca mais voltar.
Fechavam-se as igrejas
A fé ia se acabar.
Os padres e os pastores
Ficavam sem seguidores
Gritando em frente ao altar!
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Rosário ia se acabar,
Terço acabava também.
O fabricante de velas,
Os gritadores de: Amém!
Sem a promessa do céu,
A fé ia para o léu,
Ninguém temia o além!
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Quem ia temer o trem
Da morte, sem ter vagão
Vazio para levar
Você dessa encarnação?
Pois é, se acabasse a morte,
O fraco ficava forte
E o forte, perde a razão!
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Jornal e televisão...
Que adoram noticiar
Os acidentes com vitimas,
Vão ter que se reciclar.
E arrumar outro motivo
Pra falar de quem tá vivo,
Sem sangue para mostrar!
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Por aqui eu vou ficar
Com o meu Cordel sobre a morte
Pois como o leitor já sabe
A morte é minha consorte.
Por favor, morte, demora,
Não precisa vir agora,
Cancele o meu passaporte!
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Fim.