O Recanto Sem José de Castro

O recanto sem José,

Agora vou descrever:

É como um carro sem ré;

Construção sem radier;

Ventilador sem ventilar;

Bola de assopro sem ar,

Em terra alagada, chover.

Seria igual a você,

No seco, a semente lançar;

E a chuva não descer,

Para a mesma germinar;

Seria igual também,

Sem os trilhos, algum trem

Querer passageiros, carregar.

Partidas de futebol,

Sem a presença da bola;

Como o dia sem o sol,

Também como a escola

Sem professor/professora,

O cabo sem a vassoura,

E a cuia sem esmola.

Seria como faltar cola,

Numa fábrica de sapato

E também uma estola,

Num sacerdote pacato;

Alguém querer vender na feira

A 'famosa' ratoeira,

Sem que haja nem um rato.

Como também seria,

Um julgamento sem juiz;

Uma cozinha sem pia,

Uma árvore sem raiz;

Um pássaro sem o seu par,

Pois não pode procriar;

Uma lousa sem o giz.

Como uma rua sem vias,

Um motor sem a bobina;

Um açude sem bacias;

Um carro sem gasolina;

Um curral sem animais;

Um navio sem o cais;

Lar sem proteção divina.

E para finalizar,

Uma cama sem o lastro;

Alguém tentar hastear,

A bandeira sem o mastro,

Porque não conseguiria,

Assim o site seria

Sem o poeta Zé de Castro.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 22/04/2012
Código do texto: T3627182
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