O Recanto Sem José de Castro
O recanto sem José,
Agora vou descrever:
É como um carro sem ré;
Construção sem radier;
Ventilador sem ventilar;
Bola de assopro sem ar,
Em terra alagada, chover.
Seria igual a você,
No seco, a semente lançar;
E a chuva não descer,
Para a mesma germinar;
Seria igual também,
Sem os trilhos, algum trem
Querer passageiros, carregar.
Partidas de futebol,
Sem a presença da bola;
Como o dia sem o sol,
Também como a escola
Sem professor/professora,
O cabo sem a vassoura,
E a cuia sem esmola.
Seria como faltar cola,
Numa fábrica de sapato
E também uma estola,
Num sacerdote pacato;
Alguém querer vender na feira
A 'famosa' ratoeira,
Sem que haja nem um rato.
Como também seria,
Um julgamento sem juiz;
Uma cozinha sem pia,
Uma árvore sem raiz;
Um pássaro sem o seu par,
Pois não pode procriar;
Uma lousa sem o giz.
Como uma rua sem vias,
Um motor sem a bobina;
Um açude sem bacias;
Um carro sem gasolina;
Um curral sem animais;
Um navio sem o cais;
Lar sem proteção divina.
E para finalizar,
Uma cama sem o lastro;
Alguém tentar hastear,
A bandeira sem o mastro,
Porque não conseguiria,
Assim o site seria
Sem o poeta Zé de Castro.