A VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS OU SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS DE CANINDÉ
Peço permissão a Deus
O Senhor Reto Juiz
Pra me dar boa memória
Pelo trabalho que fiz
Ao prestar uma homenagem
A São Francisco de Assis
Em mil cento e oitenta e dois
Sua mãe lhe deu à luz
No dia cinco de julho
Alvo de olhos azuis
Depois ele pegou as chagas
Do nosso Cristo Jesus
No período de rapaz
Gostava até de brincar
As festas de seus amigos
Que iam comemorar
Confiavam em Francisco
Que ia patrocinar
Filho de Pietro e Bernardone
Da cidade de Assis
Era natural da Itália
Como a biografia diz
Protetor dos nordestinos
E romeiros do país
Giovane Pietro Bernardone
Era o nome da criança
Por origem de sua mãe
Que descendia da França
Conhecido por Francisco
Por todos da vizinhança
Na idade de vinte anos
Sentiu uma grande emoção
Quando sua cidade e Perúrgia
Entraram em revolução
Francisco enfrentou a guerra
E foi parar na prisão
Um ano prisioneiro
Se libertou abatido
Voltou para sua casa
Muito cansado e ferido
Mas para seguir a Deus
Nunca tirou do sentido
O seu pai milionário
Cheio de ouro e nobreza
Queria que o seu filho
Lhe ajudasse com certeza,
Mas tirava peças de linho
E dava para a pobreza
Quando o pai de Francisco
Soube o que aconteceu
Mandou procurar o filho
Mas ele se escondeu
Na casa de um amigo
Que do seu pai defendeu
O amigo de Francisco
Lhe dava água e comida
Depois ele declarou
O que passou em sua vida
Acusado de preguiçoso
Pessoa mal procedida
Mandado pelo seu pai
Ele foi acorrentado
Mas sua mãe compadecida
Através de advogado
Tirou ele das correntes
Salvando seu filho amado
Francisco perdeu do pai
O amor e a confiança
Jogou as vestes na rua
Renunciando à herança
E abraçou a pobreza
Sem nenhum ódio ou vingança
Francisco nasceu no meio
Da mordomia e riqueza
Mas renunciou aos bens
Para ficar com a pobreza
Começou desde criança
Preservando a natureza
São Francisco de Assis
Nosso santo milagroso
É protetor dos enfermos
Dos surdos, cego e leproso
Ele ama a simplicidade
E detesta o orgulhoso
Curou um cego e um leproso
Que encontrou no caminho
Sarou as suas feridas
Com muito amor e carinho
Quem viesse ao seu encontro
Não padecia sozinho
Um dia Francisco estava
Fazendo sua devoção
Numa pequenina igreja
Da sua religião
Cujo padroeiro era
Chamado São Damião
Quando ele estava orando
Na igreja São Damião
Pouco fora da cidade
Como diz a tradição
Ouviu a voz de Jesus
E ajoelhou-se no chão
Quando Francisco ouviu
Aquela voz benfazeja
Pedindo para Francisco:
“Reconstrói a minha igreja
Que assim te ajudarei
Em toda a parte que esteja”
Francisco continuou
Cumprindo sua missão
Trabalhou como pedreiro
Enfrentando construção
Reconstruiu três igrejas
Pedro, Ventura e Damião
O seu pai já revoltado
Resolveu lhe abandonar
Francisco muito doente
Foi pra igreja rezar
Somente as graças de Deus
Vieram lhe fortificar
Fizeram todos os esforços
Dando toda a cobertura
Não faltava assistência
Para esta criatura
Mas quando o bom Deus não quer
A medicina não cura
No dia três de outubro
Mil duzentos e vinte e seis
Partiu para a eternidade
Pois foi plano que Deus fez
Com quarenta e quatro anos
Em plena e boa lucidez
Com só dois anos depois
Foi sua beatificação
Mil duzentos e vinte e oito
Foi sua canonização
Pelo Papa Gregório nono
Feita a documentação
Aqui te deixo Francisco
Cheio de amor e de fé
Para falar da basílica
Da cidade Canindé
Onde hoje é padroeiro
E sua verdadeira sé
A mais de duzentos anos
Vaqueiros jaguaribanos
Desbravadores de terras
Tiveram brilhantes planos
De construir u’a capela
Para os povos franciscanos
Foi em mil e setecentos
E setenta e cinco então
O grande Capitão Mor
Deu início à construção
Da capela São Francisco
Nosso santo devoção
Francisco Xavier Medeiros
O nome do capitão
Era português de origem
Chegando na região
Construiu a capelinha
Ao bem da população
Canindé era uma aldeia
Pelos índios dominada
Veio gente de Jaguaribe
Com agricultura e boiada
Começou a desenvolver
Aquela terra isolada
Na construção da matriz
Segunda eu vi na pesquisa
O pedreiro Maciel
Escapuliu na marquisa
Valeu-se do santo escapou
Suspenso pela camisa
Ficou como uma bandeira
Pendurado no espaço
Com trinta metros de altura
Da torre para o terraço
Se caísse sobre o chão
Ficava só o bagaço
Foi o primeiro milagre
Na matriz de Canindé
São Francisco lhe aparou
Não feriu nem mão, nem pé,
Assim faz ele a todos
Que tiverem amor e fé
Em mil oitocentos e oito
Por ordem do soberano
Frei Abel e Frei Cirilo
Do grupo de franciscano
Vieram pra Canindé
Realizando seu plano
Construíram uma basílica
Naquela vasta campina
A obra mais importante
Com pedra e areia fina
Hoje é o maior santuário
Que tem na América latina
A vinte e dois de setembro
O dia da transferência
Da imagem de São Francisco
Por ordem da providência
Ficou lá em Canindé
Nosso santo de clemência
Vou terminar por aqui
A história deste santo
Que já curou muita gente
Do Brasil de canto a canto
Romeiros que têm fé
Receberam seu encanto
A benção meu São Francisco
Senhor nosso protetor
Tenho fé, sei que me cura
De todo o mal e da dor
Pois foste fiel a Cristo
Senhor nosso e criador