UM ANO DE RECANTO
Exatamente neste dia do ano passado eu conheci o Recanto da Letras, fiquei encantado com os escritos e pensamentos postados aqui pelos poetas, muitos deles anônimos, pessoas ocupadas com seus afazeres e mesmo assim ainda encontram tempo para enriquecerem a Literatura brasileira com seus textos, de modos profissionais ou até mesmo amadores, pude conhecer pessoas dos quatros cantos do nosso país e mesmo que virtualmente, posso sentir a presença física de todos através das letras.
Pra não deixar passar em branco esta data, decidi reeditar o meu primeiro texto postado aqui, mesmo não tendo nenhum conhecimento de poesias, escolhi o Cordel, pois sou apaixonado por poesias populares e rimas, e meu primeiro texto narra um acontecimento triste aqui do Rio de Janeiro, a Chacina de Realengo que também fez um ano dias atrás.
Obrigado a todos que leram, deram seus comentários ou que apenas leram meus singelos textos neste um ano de Recanto, agradeço a Deus e também ao RECANTO DAS LETRAS por existir.
Fato triste em Realengo
O meu Rio de Janeiro
Meu estado querido
Outra vez vira noticia
De um crime descabido
Deixando o nosso povo
Um tanto entristecido
Mais uma chacina
Estampando o jornal
Foi assim na Candelária
E em Vigário Geral
Aumentando a estatística
De um problema social
Manhã de céu azul
Uma simples quinta feira
Mais um dia de estudos
Na Tasso da Silveira
Vem chegando os alunos
Com caderno e merendeira
Tudo corria bem
Quando chegou o sujeito
Com idéias malvadas
Cheio de ódio no peito
De alma estremecida
Por nunca ser aceito
Seu plano era fazer
Um acerto de conta
A vingança e a crueldade
Na cabeça estava pronta
E deixar na sociedade
Um certo ar de afronta
Em sua infância
Diz ter sido humilhado
Foi motivo de chacota
Até no lixo foi jogado
Teve desprezo das meninas
Taxado de retardado
Adentrando numa sala
Posicionou-se ao meio
A professora perguntou
O motivo que ali veio
Sacando de duas armas
Começou o tiroteio
O pseudo-extremista
Começou sua vingança
Feito uma peste perigosa
Que só mata criança
Destruiu vários sonhos
Cessou muita esperança
Sementinhas do futuro
Germinação interrompida
Tudo foi aniquilado
Pelo jovem suicida
Tão vazio de sentido
E sem amor a vida
Com a chegada da policia
Veio o saldo da tragédia
Doze corações assassinados
E a morte “do comédia”
Possuído de loucura
Feito cavalo sem rédea
De quem será a culpa
Do tamanho acontecido
Do governo que se lixa
Deixa o povo desprotegido
Ou do cabra sanguinário
Impiedoso bandido
As escolas deveriam
Redobrar a atenção
Nem tudo é brincadeira
Extinguir a gozação
De crianças diferentes
Que zelam por educação
Na verdade o culpado
É parte da sociedade
Que abraça o errado
Amiga da ilegalidade
Se prevalecendo da
Falta de impunidade
E agora vou deixando
Um abraço apertado
A quem diante deste fato
Teve o peito destroçado
Que perderam suas “vidas”
No terrível atentado
P S ASSIS