o comedor de jumentas

Eu nasci pequenininho

E nunca fiquei graúdo

Fui pegado por parteira

Mas porem nasci com tudo

Pois não nasci aleijado

Nem doido nem aloprado

Tão pouco cego nem mudo

Nasci numa casa humilde

Toda tapada com barro

Na roça não tinha asfalto

Lá eu nunca vi um carro

Tinha verme na barriga

Bicho de pé e ferida

Nariz sujo de catarro

Mamãe comprava padrax

Para sair a lombriga

Pai vinha da venda bebo

Com mãe arrumava briga

Padrax fazia efeito

Eu junto do pé direito

Sofria forte fadiga

Saía verme por baixo

caía o bolo no chão

Eu não sabia o que era

E pegava com a Mao

Pensava que era sopa

E comia com a boca

Igualzinho macarrão

Eu comia uma bistunta

Que pai fazia na feira

Mãe enchia meu colchão

De folha de bananeira

Me atacava a bronquite

Pura verdade acredite

Ninguém guentava a chieira

Na roça tinha favaca

E coentro no terreiro

Mãe usava na galinha

Na espécie de tempero

E a pimenta comim

Era quem deixava assim

O gosto bom e o cheiro

Comia terra escondido

Devido ser lombriguento

Quando mão via xingava

Seu amarelo nojento

Eu cheinho de lombriga

Terra incha na barriga

Igual massa no fermento

Eu era feio de mais

Por isso não namorava

Dava em cima duma moça

Ela me ignorava

Naquela situação

Sem ter outra condição

Veja como eu me virava

lá tinha uma cachorra

Que quebrava nosso gai

Quando eu tava no mato

Longe de mão e de pai

Ajoelhava no chão

A Deus pedia perdão

E balançava o xucai

Eu não quero nem falar

Da tal cabrita tetela

Porque eu tinha uma jega

Que um dia traiu ela

Tetela foi passear

E a jega por azar

Começou a me dar trela

Nesse dia sem mentira

Eu bebi água de coco

É o Viagra da roça

Deixa animado o caboco

A jega fez um sinal

Eu não achei nada mal

E subi logo num toco

A bixa veio de ré

E começo encostar

Eu já estava no jeito

E comecei trabalhar

A bicha ficou feliz

Frangiu o beiço e o nariz

E começou mastigar

Eu pensei que a jumenta

Estava feliz de mais

Pois mastigava Ca boca

E piscava por detrás

A bichinha olhou pra mim

Perguntou tu ama a mim?

Não me esqueço jamais

Pois nessa hora macabra

Eu puxei o meu facão

Cortei minha ferramenta

Que caiu dura no chão

Nunca mais subi num toco

Nem bebi água de coco

Pra num ficar com tesão.

é mera ficção,quem se identificar sera mera coincidencia.

joãocorin
Enviado por joãocorin em 17/04/2012
Reeditado em 27/10/2012
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