A mulher arengueira

I

A pior coisa da vida

Que homem nenhum aguenta

Uma mulher ciumenta

Igual a Aparecida

Ela é muito atrevida

E por tudo quer brigar

Não posso mais suportar

Uma briga todo dia

De tudo ela desconfia

Mas não quer se separar

II

Briga se chego atrasado

Ou se chego antes da hora

E a coisa ainda piora

Quando à noite já cansado

Faço amor e não agrado

Diz que em outra estou pensando

E fica desconfiando

Que eu tenho uma amante

Termina a noite distante

E o outro dia brigando

III

Corta um dedo do cabelo

E ai de mim se não notar

Ela pega a arengar

E começa o desmantelo

E não adianta apelo

Nem tentar justificar

Que não deu para notar

Pois a diferença é pouca

Ela vive sempre louca

Por motivo pra brigar

IV

Se esqueço do aniversário

Da data de casamento

Não aceita argumento

E abre o vocabulário

Começa por ordinário

O resto eu nem escuto

Pois eu fico logo puto

Dou a volta e caio fora

Se ela morresse agora

Eu não botava nem luto

V

Durante o fim de semana

Se marco uma pelada

Fica toda emburrada

E me chama de sacana

Diz que eu vou pra tomar cana

E mulheres paquerar

E se eu for quando eu voltar

Vou ficar arrependido

Pois vai trocar de marido

E que vai me processar

VI

Quando está na TPM

Aí a coisa entorta

Quando passa bate a porta

Chega a casa toda treme

Grita, chora, às vezes geme

E não sei qual o motivo

Com instinto primitivo

Não aceita brincadeira

Me joga até cadeira

Só erra porque me esquivo

VII

Meu celular vasculhou

Procurando ligação

Checando a numeração

Pra saber quem me ligou

Um registro ela encontrou

Do número do meu patrão

Deu-me uma esculhambação

Não me deixou explicar

Foi ruim desanuviar

Aquela situação

VIII

Ela fica impaciente

A minha roupa cheirando

Sei que fica procurando

Algum cheiro diferente

Eu digo que ela é demente

Procura chifre em cavalo

Sem me dar um intervalo

Ela o dedo me esfrega

Só não começa a refrega

Porque eu logo me calo

IX

Não estou mais aguentando

Pois casei com uma cobra

Ainda tem minha sogra

Que vive me atazanando

Só vive me detratando

Sempre em defesa da filha

Parece uma matilha

Querendo me devorar

Decidi me separar

Pois caí numa armadilha

X

Resolvi me livrar dela

Mas pouco me adiantou

O carma me acompanhou

Pois caí numa esparrela

Vou pagar pensão pra ela

Já botou advogado

Diz pra eu ficar preparado

Que vai vir a intimação

Pois o valor da pensão

Já está estipulado

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 13/04/2012
Reeditado em 01/09/2013
Código do texto: T3610888
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