CORDÉIS EM PEDAÇOS II






Da Série: Cordelando no Recanto - (Interações)



Com Anizão, em seu texto: “Amor proibido”


 
Um sentimento tão louco
que deixa o peito ferido
um toque de mão é pouco
não há noção de perigo
Fala mais alto o tesão
sufocando a razão
em seu grito fraco e rouco...
 
Ele tem voz fascinante
Como a do Alain Delon
Em “Parole” entusiasmante,
Gostosa como um Bourbon.
Com seu toque enlouquece
Com seu olhar enternece,
Doce como mel marrom.







Com Pedrinho Goltara, ex-parceiro do extinto Sexteto, em seu texto: “A muié cum sodade d’eu!”


 
Ocê para cas istória
e vem pra cá iscrevê
tu num mi sai da memória
tô cum sodadi docê.
Pra fazê novu cordé
cê nem tira seu boné
vô aí buscá vancê.
 
Eu tive im Vila Véia
percurei por toda parti
mai num tinha nem idéia
do Perdinho Malazarti
Andei por todas as praia
mi disviei das arraia
mas Pedrinho tava im Marti.
 
Queria um dedim di prosa
tomandu caipirinha
cheguei inté comprá rosa
pra levá di lembrancinha
mais as coitada das frô,
dianti du disamô
ficarum tudim murchinha
 
Eu vortei pra minha cidade
coração intristecidu
ca triste realidadi
du meu cumpadi sumidu
agora iscrevu essis versu
mai num isperu sucessu
cadê meu manu queridu?
 




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A bonita interação da mana Milla Pereira. Obrigada, poetisa, sua presença é uma festa.





U CANTU DA VIOLA PRA MATÁ A SODÁDI 
(Milla Pereira)

 
Ai, qui sodadi eu sintu
cuãno penso, mi derretu,
di pensá qui tá istintu
u nossu antigu sestetu.
Era um poçu di aligria
cordelanu todo dia,
misturanu os versetu...
 
Cumpádi Airam, u rocêru,
Mana, Mirah i Pedrim.
Catulu, bão cumpanhêru,
i um monti di padrim.
Ispaiáva nossus cantu
pur todu essi recantu,
uma aligria sem fim!
 
Mai tudu qui é bão termina
- nada dura etrenamenti.
Nossa vida detremina
u qui é feitu da genti.
Cada um segui um caminhu
a genti fica suzinhu,
-o futuro segui im frenti.
 
Tem vêiz qui abru a jinela,
para apriciá a lua
mandu recado pur ela
i a sodadi atenua.
Um dia nóis vai vortá
a di novo cordelá
pois u amô num recua!
 
Passu a mão na viola
pra intuá u?a moda.
Essa ozênça isola,
mi faiz már i incomoda.
Fico oiânu o sór nascê,
a isperança acendê,
módi vencê essa roda!
 
Maninha, ando cum muita saudade de nós, de nossos duetos em cordéis e tenho esperança de que as coisas hão de melhorar, as dores vão passar e voltaremos a cordelar, ao menos uma vez por semana. Vou publicar este lá em minha sala hj mesmo. Beijos, Milla




Minha mana,
A sodadi mora aqui também comigo. Um beijo, amei sua interação.


 


Cumpadi Airam vei lá di Itanhem, Bahia, pramodi infeitá esta página cum seu cordel bunitu, Brigadu meu cumpadi.





 
Taí a minha interação, grande abraço pras duas cumades qui gosto muitio


 
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia
Airam Ribeiro
 
Décima
 
O som qui vêi de acolá
Quano a viola argúem tocô
Em meus zuvido ecuô
Quano a noite troxi o luá
Tonce o som vêi min avisá
Qui vai vortá as aligria
Qui vai cabá as nostalgia
Despois qui o som apariceu
È qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
Só arrestô dois componente
Qui nun quizéro vê o fim
Num fizéro iguá a min
Pois axô cunviniente
Em mostrá pra toda gente
Qui nun é o fim da porfia
Qui vai vortá a quarqué dia
Pra ficá no mermo apogeu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
Ficô as duas na portêra
Veno todos se debandá
Inda bem qui elas de lá
Num pinduraro a xutêra
A Hull e a Milla Perera
Duas cumpanhêra maravia
As rainha das puizia
Num fizéro quinén qui eu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
Foi percizo som de viola
Pra da um tapa na sodade
Nóis vivia na filicidade
Cum todos bem da caxóla
U’a coisa inda consola
É sabê qui ni Brazia
Minha cumade min dizia
Dos modo qui nóis procedeu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
A quarqué hora e instante
O sexteto vai se reerguê
E todo o recanto vai vê
A nossa vorta triunfante
E cum surrizo radiante
Lembraremo das aligria
De quando os verso nóis fazia
Pruquê todos dizapariceu?
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
Iscuita bem o qui eu digo
Falo inté em premunição
Alembro a prosa no barcão
Lá dento do bar do Rodrigo
A gente todos era amigo
E nóis todos unidos vivia
Falo travêis em proficia
Qui nóis num dizapariceu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
Catalepsia é uma duença
Qui nun vai a morte totarmente
O coração bate lentamente
Dexano na cunvalecença
O corpo só pede clemença
Veno o coração nessa agunia
Mais aos pôco ele se reagia
É como qui nóis acunticeu!
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 


Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 11/04/2012
Reeditado em 13/04/2012
Código do texto: T3606544
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