Ninguém Ouve Falar Mais Na Tal da Transposição

As chuvas até agora,

Têm sido muito escassas,

E além disso, esparsas,

Todo nordestino chora,

A situação piora

No cariri e sertão,

Subiu demais o feijão,

E ração pra animais.

Ninguém ouve falar mais

Na tal da transposição.

Se prepara, se prepara,

Mas água cai com escassez.

Como o ano meia três (1963),

Aqui, alguém já compara,

Deus pode mudar a 'cara',

Só Ele tem condição,

Mas é Sua permissão,

Pois Ele o que quer, faz.

Ninguém ouve falar mais

Na tal da transposição.

O sapinho da lagoa,

Não o ouvi mais cantar,

Sinal de chuva no 'ar',

Sempre chuvarada boa,

A chuva fina, garoa,

Não sustenta a plantação,

Dá pra germinar o grão,

Mas dá fruto é incapaz.

Ninguém ouve falar mais

Na tal da transposição.

Com baixa capacidade

Muitas barragens estão,

Açude virou torrão,

É essa a realidade.

E em bastante cidades,

Não tem água nas casas, não,

Os carros pipas, então,

Já abastecem as tais.

Ninguém ouve falar mais

Na tal da transposição.

Já é cinco de abril,

É tempo já de colher,

Mas a maioria crer

Num inverno mais tardio.

Desde o ano dois mil

Que há bom lucro em: feijão,

Milho, soja, algodão,

Aumento dos canaviais.

Ninguém ouve falar mais

Na tal da transposição.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 05/04/2012
Código do texto: T3596616
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