Ninguém Ouve Falar Mais Na Tal da Transposição
As chuvas até agora,
Têm sido muito escassas,
E além disso, esparsas,
Todo nordestino chora,
A situação piora
No cariri e sertão,
Subiu demais o feijão,
E ração pra animais.
Ninguém ouve falar mais
Na tal da transposição.
Se prepara, se prepara,
Mas água cai com escassez.
Como o ano meia três (1963),
Aqui, alguém já compara,
Deus pode mudar a 'cara',
Só Ele tem condição,
Mas é Sua permissão,
Pois Ele o que quer, faz.
Ninguém ouve falar mais
Na tal da transposição.
O sapinho da lagoa,
Não o ouvi mais cantar,
Sinal de chuva no 'ar',
Sempre chuvarada boa,
A chuva fina, garoa,
Não sustenta a plantação,
Dá pra germinar o grão,
Mas dá fruto é incapaz.
Ninguém ouve falar mais
Na tal da transposição.
Com baixa capacidade
Muitas barragens estão,
Açude virou torrão,
É essa a realidade.
E em bastante cidades,
Não tem água nas casas, não,
Os carros pipas, então,
Já abastecem as tais.
Ninguém ouve falar mais
Na tal da transposição.
Já é cinco de abril,
É tempo já de colher,
Mas a maioria crer
Num inverno mais tardio.
Desde o ano dois mil
Que há bom lucro em: feijão,
Milho, soja, algodão,
Aumento dos canaviais.
Ninguém ouve falar mais
Na tal da transposição.