Trabalhar, pra quê?
 
Do jeito dos animais
Viver sem querer demais
Respeitando a natureza
Vejo a cigarra cantando
Borboletas voejando
Sem faltar nada na mesa
 
O gafanhoto não planta
Mesmo assim almoça e janta
Sem ter nunca trabalhado
Não tem arado ou trator
Pois nunca foi lavrador
Só come o que foi plantado
 
A formigada se espalha
Não descansa só trabalha
Mas não tem eira nem beira
Levando vida sem luxo
Depois acabam no bucho
Do tamanduá-bandeira
 
A pobre abelha! Coitada,
Rala sem direito a nada,
Nem sei se tem precisão
Engenheira sem igual
Num paiol hexagonal
Vai guardando a provisão
 
Protege mãe, irmã, zangão
Com grande dedicação
Colhe o que pode e constrói
Vem o homem e de pirraça
bota fogo e faz fumaça
Rouba o mel mata e destrói
 
Caçote em beira de rio
Não sente calor nem frio
Nem faz nada pra ninguém
Vive bem nada lhe aperta
Tem tudo na conta certa
Na hora que lhe convém
 
Vive uma vida de festa
Só namora e faz seresta
Sempre todo animadinho
Rindo e contando lorota
Chamando sinhá caçota
Mode fazer caçotinho.
 
adispôis disso queu disse
Tá achano maluquice
Eu prigunto a vosmercê
Já tenho casa e comida
Vivo de bem com a vida
Diga; trabalhar pra quê?
 
Del       23/03/12

HDel
Enviado por HDel em 23/03/2012
Reeditado em 25/03/2012
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