INCELENÇA PARA OS HERÓIS DE CANUDOS
Abram alas para os versos
De oito pés em quadrão
Que vão falar de guerreiros
Das quebradas do sertão
Dos tempos de Conselheiro
Padre Cícero Romão
Corisco e Dadá Maria
E uma grande legião
Dos mártires de Canudos
Que unidos na trajetória
De lutarem contra a lei
E o poder da palmatória
Mas ficaram esquecidos
Nos capítulos da história
Nestes versos entrarão
Para sempre na memória
Esta tropa de valentes
Sem comando e sem corneta
Sem bandeira ou estandarte
Chumbo grosso e escopeta
Levantava com orgulho
Bacamarte de espoleta
E a cabeça do inimigo
Na ponta da baioneta
Meus versos são verdadeiros
Não canto pra enganar
As rimas do meu poema
Tem sangue deste lugar
No ponteio da viola
Digo pra quem escutar
Que a alça da minha mira
Veio para justiçar
Se você é de outra laia
Não pertence a minha gente
Não concorda com meu canto
Nem meus versos no repente
Saiba que está muito perto
Numa reação latente
De sentir meu aço frio
Furando teu corpo quente