Comidas... Autor: Damião Metamorfose.

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Eu já comi tapioca,

Beiju passado no caco.

Pão com cabelos de barba,

Da cabeça e do sovaco.

Eu sou um sobrevivente

Parecido com macaco!

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Comida é o meu ponto fraco,

Por ela eu tenho paixão.

Quanto mais como mais quero,

Mas tenho preocupação.

Para não vira um gordo,

Como com moderação!

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Uma casa sem fogão,

Pode ter cama e ter porta,

Quarto, sala, área e pátio...

Toda em nível, nada torta.

Mas sem fogão, sem comida,

Pra mim é uma casa morta!

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Na comida o que me importa,

É que seja fria a sal.

Eu encaro qualquer uma

No horário habitual.

À noite não, sou mais frutas,

Não engorda e nem faz mal!

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Peixe a moda pantanal

Ou assadinho na grelha.

Eu como até sem mistura,

E nem mexo a sobrancelha.

Sozinho ou acompanhado,

Para mim não tem parelha.

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Um peixe assado na telha

Ou palha de bananeira.

Com feijão e arroz branco

Bem a moda brasileira.

Eu como sem perguntar

Quem foi essa cozinheira?

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Mocotó com macaxeira,

Qualquer dia da semana.

Um pirão bem temperado,

Limão com caldo de cana.

Eu como e ainda gasto

Só um pouquinho de grana!

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Um virado com banana

Tutu torresmo e coentro...

Eu começo nas beiradas

Desço até chegar ao centro.

Se o pra for muito fundo

Eu entro e como lá dentro!

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Sendo boa eu chego e entro

Sendo ruim como calado.

Sendo sem sal, dou um jeito...

E deixo bem temperado.

Só não gosto de comer,

Quente demais ou salgado!

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O pobre come o que pode

E come mais que o rico.

Mistura mel com cuscuz,

Mocotó com grão de bico...

Come até se fartar

No prato não fica um tico!

*

Do luxo eu abdico

Qualquer lugar eu me ajeito.

Tanto faz ser à la carte,

No balcão ou prato feito...

Rodízio é de bom tamanho,

Quentinha eu também aceito!

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É comida? Eu não rejeito,

Tem sal a gosto? Se come.

Não importa um prato ou cuia...

E a forma que se consome.

Em casa é o melhor lugar,

Melhor tempero é a fome!

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Acho lindo até o nome

Sempre fui fã de comida

Sendo magro ou meio gordo,

Sem ultrapassar medida.

Eu não vivo pra comer

Como pra viver a vida!

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Carne assada ou cozida,

Com farofa suculenta.

Um pirão de peixe ovado,

Pra quem gosta, com pimenta.

Arroz, feijão, farinha,

Batata doce e polenta...

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Caviar ninguém aguenta,

Só tem fama, dá secura.

Sou mais a ova cozida,

Um pirão como mistura.

Água gelada ou de pote

E um naco de rapadura!

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Já comi resina pura

De catingueira e angico...

Para mim tendo comida

Eu sinto-me um homem rico.

Acho que em outra encarnação

Eu fui um macaco ou mico...

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Quando o almoço atrasa eu fico

Pê da vida, arretado.

Pois eu tenho a hora certa

E o intestino educado.

E não gosto quando atraso,

Pois eu fico esfomeado!

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Acho que dei meu recado

Em homenagem a comida.

Comer é o maior prazer

Na vida, você duvida?

Viver é comer beber

O resto é gozar a vida!

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Fim.

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Agora tem carne de sol meu Conterrâneo, complementação de:

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07/03/2012 07:31 - Polion de Caicó

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Damião falou de tudo

Extenso foi o seu rol

Mas cometeu um pecado

Vai lhe nascer um terçol

Quando se fala em comida

Não pode ser esquecida

A nossa carne de sol.

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Amigo, parabéns pelo trabalho, mas como todo caicoense de cada três frases que falamos sempre repetimos uma: a carne de sol de Caicó. rsrs.

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E:

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06/03/2012 13:24 - mariamaria.

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Pelo jeito, meu amigo

És mesmo um bom comilão

E tens um bom apetite

E ninguém duvide, não

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Do jeito que estou vendo

Não sobra nem um pouquinho

Para o resto dos poetas

Fazer até um lanchinho

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Faltou um bolo Baeta Com um bom mungunzazinho!

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Alô, amigo poeta Damião.Desculpe a invasão, mas não resisti!Fiquei com água na boca.O seu poema é um belo festival gastronômico.Beijos no coração.

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Eu que agradeço a àquele que ler ou comentar, Deus nos ilumine sempre,.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 06/03/2012
Reeditado em 07/03/2012
Código do texto: T3538348
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