O chupa cabra

Chegou a era do medo

O fim dos tempos chegou

É só roubo e safadeza

E muita falta de amor

E assim Deus entristece

Coisas estranhas acontecem

Cumpre o que Jesus falou

todos devem ta lembrados

dessa passagem macabra

Que acontecia a noite

No meio da madrugada

caso muito assustador

Do tal bicho chupador

Por nome de chupa cabra

Lhe botaram este apelido

para o identificar

porém não era só cabras

que gostava de chupar

o desespero era grande

pois todo bicho de sangue

ele queria atacar

O bicho sempre atacava

Zona do interior

Perdi as contas dos bichos

Que o maldito chupou

E ninguém nunca viu ele

Nem desastre como aquele

Nem fotos nunca tirou

Chupou pato e cabrito

Peru pintinho e galinha

O bode do meu cunhado

um galo bom que eu tinha

O porco do meu vizinho

E a porca da vizinha

No outra dia só via

O bicho morto no chão

Todo mundo se armava

com foice faca e facão

para ver se o matava

mas ele já atacava

longe em outra região

Reportagens na tv

Também em radio e jornal

fazendeiro apavorado

com medo do animal

igualzinho a uma lenda

eu disse Deus me defenda

e entrei no meu curral

quando eu abrir a cancela

vi uma cena macabra

dez bodes mortos dum lado

do outro mais de dez cabras

fiquei de queixo caido

pensei meu Deus to perdido

e desmaiei sem ver nada

então perdi o sentido

mas logo recuperei

e meio cambaleando

mesmo assim me levantei

recuperei o sentido

e vi um corpo caído

então me aproximei

pensei que era um cachorro

ou então uma raposa

ou a famosa cadela

do meu amigo Zé Souza

então cair desmaiado

ao ver que tinha chupado

a vaca da minha esposa

A vaca era amigona

Da tal cabrita tetela

Numa palidez tão grande

Que parecia uma vela

Gritei!valei-me senhor

nisso Gorete acordou

cum zoi cheio de remela

Gorete disse marido

foi o tal do chupa cabra

Nisso chegou a tetela

Cá boca cheia de baba

Gorete me disse assim

Chegou a hora do fim

A minha vida se acacba

Gorete morreu tão linda

Mas tava um pouco amarela

Então peguei minha amada

E fechei bem a cancela

Mas desse dia em diante

O meu sofrer foi constante

Com a cabrita tetela

Pois depois disso tetela

Não quis ir mas pro curral

Queria dormir comigo

Em cima do meu girau

Mandei benzer a tetela

Pra ver se saia dela

Aquele trauma do mal

O benzedor disse assim

Você tem que me trazer

Duas galinhas bem pretas

E um litro de dendê

Uma panela novinha

Cinco quilos de farinha

Para farofa fazer

No dia que tu vier

Me falou o pai de santo

Não me vista nada preto

Venha com um terno branco

Traga dinheiro a vontade

Para fazer caridade

Para acabar o encanto

Eu vestir um terno branco

Como o guru me falou

Eu tava todo branquinho

Que parecia um doutor

Parou de morrer os bichos

Mas porém no meu cortiço

Outro drama começou

Pois tetela no seu berro

me chamava de marido

Quando ia comer grama

Só queria ir comigo

Me senti neste dilema

Deus me tirou um problema

E me deu outro castigo

Hoje sou um velho esperto

Não acredito em azar

Não dou dinheiro a pastor

E nem compro patuá

Vou seguir a minha sina

confiar na medicina

E no meu pai Jeová.

joãocorin
Enviado por joãocorin em 04/03/2012
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