O homem que fez o diabo chorar
Meu amigo e companheiro
Que sempre gosta de arriscar
Fiquem atentos amigos
Pra historia que vou contar
Ela fala de um homem
Que fez o diabo chorar
O diabo é conhecido
Pela fama que tem
De fazer maldade a todos
E não ter dó de ninguém,
Mas saiba amigo
Ele pode chorar também.
Júlio Marques era o nome
Do corajoso cidadão
Que vivia nos botecos
Assustando a população
Dizia a todos que ia
Desafiar o Camunhão.
Sempre bêbado ele
Andava pelos caminhos
Não andava com ninguém
Gostava de andar sozinho
Só ele e o ronco
Do seu pequeno carrinho.
De um boteco ao outro
Era o caminho que ia
Passava o dia bebendo
E nos bares amanhecia
Pra ele não tinha hora
Bebia de noite e de dia.
Márcio Preto era dono
De um bar na região
E ficou sabendo da historia
De Júlio Marques e o cão
E resolveu promover
O encontro com o Camunhão...
Mandou um convite
Para uma festa porreta
Solicitando a presença
De Júlio e Caneleta,
Mas também mandou
Um convite pro Capeta.
Márcio Preto convidava
Canaleta a sua festa
Para preparar os drinks,
Pois festa sem drinks não presta
E teria ainda que marcar
Os convidados na testa.
Como teria convidado
Júlio Marques e cão
Decidiu contratar
Quem entendesse da profissão
E Caneleta era experiente
Tinha fama de montão.
Vamos saber como foi
O Diabo convidado
Para uma festa na terra
Fora de seu reinado
E ainda por humanos
Sendo assim desafiado.
Ao receber o convite
O Diabo se zangou:
- Ninguém mais respeita
Os poderes do horror?
Pra onde é que foi
As honras do meu avô?
- Vou a essa festa
Encontrar com o cidadão
Que é burro e ousado
De desafiar assim o cão,
Ou ele pensa que sou
Amigável como irmão?
- Vou escolher o caminho
Mais curto para chegar,
Pois hoje ele vai ter
Que deixar de desafiar
Vou mostrar o meu poder
Pra ele me respeitar.
Já Júlio Marques se alegrou
Ao ser pra festa convidado
Resolveu levar uma proposta
Pra ver o Diabo abalado,
Pois o Diabo não gosta
De ser desafiado.
Com o plano já em mente
Júlio Marques viajou
Era uma festa distante
Nem por isso desanimou,
Pois não perderia a chance
De desafiar o horror.
Ao chegar, a surpresa
Foi feita como capeta
Encontrou logo na festa
O famoso Caneleta
Júlio Marques já pensou:
- Essa festa vai ser porreta.
Não demorou e o Diabo
Na festa já apareceu
Gritando, batendo em todos
Fazendo o maior zezeu
Perguntado por Júlio Marques
Dizendo: - Ele é meu.
Júlio Marques se irritou
Ao ver aquela situação;
- Não sou teu, coisa nenhuma!
Vai-te embora Camunhão
Porque eu sou é macho
Não sou propriedade do cão.
Agora o que eu disse
Vou para todos mostrar,
Pois marquei um desafio
E todos irão testemunhar
Porque para todos verem
Eu farei o Diabo Chorar.
- Como é a historia?
O Diabo logo perguntou
- Que desafio é esse
Você por acaso endoidou?
Pois em toda a historia
O Diabo nunca chorou.
- Não vim aqui pra ouvir
Suas historias Satanás
Você deve está com medo
E já ta dando pra trás
Eu vou fazer você chorar
Se prepare ho rapaz!
Porem, Marcio Preto
Quis uma disputa de qualidade
E decidiu fazer
Um desafio de habilidade
Venceria o desafio
Quem fosse bom de verdade.
Todos os presentes concordaram
Com as regras e a situação
E Júlio marques só pensava
Em vencer aquele cão
E o diabo descontrolado
Grunhia feito um barrão.
Disse o Diabo gritando:
- Eu conheço todos vocês
Sou amigo de políticos
Conheço bem o Sarney
Já almocei com a Dilma
E sei tudo que ela fez.
- Sou conhecedor da arte
E da culinária também
Sei dançar e também cantar
E bebo como ninguém
Você não pode me vencer,
Pois eu te conheço muito bem.
Júlio Marques não desistiu
E na pintura o Diabo desafiou.
Porem, Júlio não pintava,
Era um péssimo pintor
E nessa parte do desafio
É claro! O Diabo ganhou.
Já na próxima etapa
O bicho começou a pegar
Júlio Marques desengonçado
Não sabia também dançar
E a dança da Joelma
Fez o Diabo Ganhar.
Cantar também meus amigos
Júlio Marques não aprendeu
Logo o Diabo arrasou
E um grande show ele deu
Não preciso dizer aqui
Quem foi que venceu.
Já sem fé e abatido
Só da derrota provando
Júlio Marques parou
E foi logo ali pensando
E lembrou que o Diabo
Disse ser bom no rango.
Planejou sua virada
Para o diabo vencer
E fazer ele chorar
Para todo mundo ver
E só assim terminar
O que veio ali fazer.
Quando em culinária
Júlio Marques ali falou
O Diabo deu três pulos
E de repente se alegrou
Voltando a dizer amigo
Que o Diabo se animou.
- Culinária é o meu forte:
O Diabo começou a dizer
- Eu assisto o Hoje em Dia
E não perco o Mais Você
Ana Maria e Edu Guedes
Os dois me farão vencer.
Júlio Marques se assustou,
Mas não deixou de falar:
- Não sou pintou, nem dançarino
E também não sei cozinhar,
Mas garanto a vocês
Que farei o diabo chorar.
Começa o desafio
O ultimo da competição
Corta alho, pica cebola
Em busca da perfeição,
Pois quem ganhar essa etapa
Será o grande campeão
O diabo logo começa
Sem demora a produzir
Acarajé e mugunzá
E faz tudo mesmo ali
Ao ver Júlio atrapalhado
O diabo começa a sorrir.
Júlio grita ao diabo:
- O que é isso camunhão?
Nunca vi na minha vida
Um cozinheiro tão trapalhão
Você não vai colocar
A cebola no feijão?
O Diabo não se acanhou
Nem deixou se encabular
Pegou duas cebolas
E começou logo a picar
Em poucos instantes
O diabo começou a chorar.
Júlio Marques deu um pulo
E gritou para a multidão:
- Olhe gente, fiquem atentos
Vejam como chora o cão
Chora feito uma criança
Parece menino do buxão.
O Diabo derrotado
Logo da festa saiu
Foi solicitado a voltar,
Mas ninguém mais o viu
E Júlio Marques consegue
O que ninguém conseguiu