Quinta e última parte do desafio de: Damião Metamorfose & Manoel Cavalcante.

D.M

Nesse caso regule seu hissope

Se segure em dez que quero ver

Se não sabe procure aprender

Mas cuidado senão seu estro entope

Perca noites de sono ou se dope

Que o mel ta virando rapadura

Bote lenha aumente a fervura

Vire boi pra puxar esse mancal

Ou franguinho que cisca no quintal

Onde o galo domina sem censura.

*

M.C

Eu não sei se você vai ter gordura

Pra queimar aqui nessa nossa rinha

Se seu peixe tem escama e espinha

Pra aguentar meu rio de literatura.

O seu corpo já vai pra sepultura

E sua fama já se curva aos meus pés

Quando bato em você não tem revés

Leia mais sobre rima toante e consoante

Estude a métrica,será importante

Para você escrever estrofe em dez.

*

D.M

Repentista ou poeta de cordéis

Já conhece meu nome, minha arte.

Rio grande, Brasil, em toda parte.

Meus escritos tem origens fieis

Não me curvo pra certos pangarés

Que não sabe fazer nem uma trova

Faz um verso a cada lua nova

Mas se acha que é bicho papão

Quem conhece o poeta Damião

Bebe água na fonte e se renova.

*

M.C

Eu não temo Ivanildo Vilanova

A dinastia Batista ou dos Bandeira

Jó Patriota ou Romano do Teixeira

Têm medo, que aprodecem lá na cova.

Na sextilha, na décima ou na trova

Te bati como bate num jumento.

Mas se você acertasse dois por cento

Na sua estrofe, quase decassilábica

Não precisaria vacina antirrábica

Pra curar esse vício tão nojento.

*

D.M

Se defuntos te servem de alento

Parabéns é seu jeito eu aceito.

Já tentei te ensinar mais não tem jeito

Continue desse jeito, fraco e lento.

O seu jeito é sem jeito, eu lamento.

Faça assim desse jeito meu poeta

O seu jeito qualquer poeta veta

Não tem jeito ensinar a quem não quer

Continue do seu jeito se quiser

Boa sorte alcance a sua meta.

*

M.C

O meu jeito é de métrica correta

E de rima perfeita na fonética

Eu já pedi que conserte sua métrica

E vai ser essa agora a minha meta

Se eu conseguir transformá-lo num poeta

Serei um rei por ter chegado a esse feito

Se você fizer um verso perfeito

Beira-mar será santo em vez de réu

O papa dançará o funk do crew,

Marcola ganhará para prefeito.

*

D.M

Nem Marcola nem tu serás eleito

Com estrofe mal feita em festival

Ninguém vai recitar em um sarau

Um poema quadrado e com defeito

Sua mente tem livros, mais seu peito.

Ta exausto de tanto tomar vaia

Não consegue contrato nem de aia

Por não ter dom poético nem ter verve

Estudar, estudar, pra que te serve?

Se versar nunca foi a sua praia.

*

M.C

Onde danado você viu ou encontrou "aia"?

E esse "versar" existe em que glosário?

Versejar como tem no dicionário

Faça o verso e da gramática não saia

A sua estrofe cheia de maracutaia

É tão feia que me deixa incabulado

Se perguntou porque tenho estudado

Não te escondo, pois tenho jogo aberto

É pra tentar fazer um verso certo

E corrigir quem não quer está errado.

*

D.M

Aia é camareira ou pau mandado

E versar, por em verso ou versejar.

Se a gramática não pode te explicar

Vá ao google ou Aurélio, seu tapado.

Wikipédia também dar resultado

Ou pergunte a qualquer analfabeto

Muito pobre é o seu rico dialeto

Muito rica é a sua idiotice

Se tu vai se formar em basbaquice

Não precisa estudar eis um completo.

*

M.C

Só se for o Aurélio da Varzinha

Quanto ao google, lá tem qualquer tolice

Você estuda só beradeirice

Que não está se quer na minha linha

Compre logo cachaça e a galinha

Tome uma e vá vender cordel na feira

Só recite Romano do Teixeira

Ou as Loucuras que dizia Zé bedeu

Pois se tu recitar um verso seu

Todos vão gritar: -Mas que besteiraaa.

*

D.M

Faça o mesmo e se cure da cegueira

De pensar que seu verso é campeão

Volte a ser poetinha de balcão

Se vacine e desfile de coleira

E se acaso pensar que é brincadeira

Faça um teste na rua e não aposte

Se na escola que estudas tem quem goste

É porque só conhecem porcaria

Qualquer doido que entende cantoria

Dar conselhos que pare ou se encoste.

*

M.C

Você vive assistindo muito Lost

Pois se perde a cada estrofe que escreve

Se pagar as estrofes que me deve

Eu posso até deixar que você poste.

Não espero nem que você resposte

E por isso não vou lhe perguntar

Eu não desejo aqui te envergonhar

Nem tampoco te ver dando mancada

Mas, imagino a minha gargalhada

E o grande mico que você ia passar.

*

D.M

Você pense o que bem quiser pensar

E sorria pra não viver chorando

Só não pode pensar que está mandando

Na peleja ou só canta sem errar

Sua estrofe é tão pobre e tão vulgar

Tanto estudo pra tanta insensatez

Sem falar que só faz uma por mês

E igual um anzol sai sempre torta

O seu estro habita em mente morta

Do seu tipo eu enfrento dez por vez

*

M.C

Não sou rico como tú que é burguês,

Pois todo site que olha se intromete

E se você pagar minha internet

Eu postarei até em árabe ou inglês.

Mas como sempre a razão é do freguês

Eu postarei com muito mais frequência

Porém, se quer medir inteligência

Cante tudo que souber na sua escola

Faça a promessa pra a santa da viola

Pode deixar que escolho a penitência.

*

D.M

Se o amigo se encontra na falência,

Mude a arte os projetos e a escola.

Abandone a profissão da viola,

Faça algo que dê independência.

Saia desse marasmo, essa demência,

De viver dependendo de pensão.

Se espelhe no que fez Damião,

Que com seus dezesseis ganhou o mundo.

Não me taxe de burguês vagabundo,

Que eu trabalho e sou digno na missão.

*

M.C

Pare logo com toda sua ilusão

Pois jamais irei parar de escrever

E se estudo, é para me precaver

Pra não morrer burro como Damião

Não vou sair sem nenhuma direção

Para apanhar da vida como louco

Sua vida é de tortura e de sufoco

Mas, eu em busca de meu porto seguro

Sem tempo estou querendo meu futuro

Perdi meu tempo,achando o tempo pouco.

*

D.M

Análise como o seu verso é oco,

Inda pouco me chamou de burguês.

Lamentou por postar uma por mês,

Mas agora diz que estou no sufoco.

Ou você é tapado ou está choco,

Pra esquecer o que disse e desdizer.

Só um cego ou demente que não ver,

Que você é um zero em cantoria.

Jogue fora o que sabe em teoria,

Seja humilde e comece a aprender

*

M.C

Mas como posso contigo aprender?

Se diz análise em vez de analise

E se eu medir todo e qualquer deslize

Tu não vais ter lugar pra se esconder

Eu já tentei, mas não vou enlouquecer

Tentando ensinar, a anta sem cabeça

Dou um recado, daqui desapareça

Vá aprender rima e métrica no jazigo

Já que insistes em não aprender comigo

Ou então mude, se recicle, pense e cresça.

*

D.M

Se você pensa assim peço que esqueça.

Vou ficar faça verão ou inverno

Nesse caso isso aqui vai ser eterno

A não ser que um de nós dois faleça

É uma pena que o nível aqui só desça

Pois por mim essa nossa cantoria

Era pura cultura em poesia

Pra ficar registrado paço a paço

Que na vida não é na lei do braço

Que as pessoas demonstram galhardia.

*

M.C

Como quer cultura ou até poesia

Se seu passo escreve com cedilha?

Esse meu repente não te humilha

Só te ensina para que aprenda um dia.

Mas se sua cabeça não for fria

E mais humilde para ver onde errou

Vai ver que eu no cordel aqui estou

Pra mostrar os caminhos da cultura

E ensinar a você, cabeça dura

Mas o que digo, nunca em você entrou.

*

D.M

Assumir o meu erro eu sempre vou

Admito e sentido é incorreto

Mas cantado o meu verso está completo

Se humilde é ser isso? Então falhou.

Lembre as vezes que um erro tu postou

E o que fiz foi tentar te avisar

Mas se diz que não quer me humilhar

Te aconselho a seguir outro caminho

Pois seu ato clemente é tão mesquinho

Que essa estrofe nem dar pra comentar.

*

M.C

Cedo, seda me fez atrapalhar

Mas, conheço os signos do zodíaco

Sua estrofe de cunho hiponcrondríaco

É Funesta, como hitle ou baltazar.

Seu zigomático não vai aguentar

O produto, massa e aceleração

Suas trabéculas não têm mais tração

Seus axônios estão sem Mielina

Ser Catedrático é esta minha sina

Se você for, demonstre caro irmão.

*

D.M

Sua estrofe é mais uma aberração

Recheada de erros e “arisia”

Hiponcrondíaco se vem de hipocondria

Nunca vi nem conheço essa alusão

Sou nativo das roças do sertão

Pouco estudo, mas sei me expressar.

Se acaso tentou me encurralar

Foi você quem ficou encurralado

Pois até o seu Hitler está errado

Catedrático é assim? Vá estudar.

*

M.C

Não assumo, pois eu não quis falhar

O erro foi somente do teclado

Eu pressionei, mas não foi efetuado

Não é por isso que vou me atrapalhar.

Você tenta, mas não pode concertar

Quer saber tudo, mas não sabe nada

Rima rara, coroada e interpolada

Alternada, esdrúxula e aguda

Comigo aqui ou esse seu calabreio muda

Ou você vai ficar roxo de lapada.

*

D.M

Você nunca passou de uma charada

Um poeta obscuro e problemático

Rasga o verbo em dizer que é catedrático

Mas não faz uma estrofe lapidada

Admita o seu estro é uma piada

Excremento que não serve de estrume

Lamentável o seu péssimo mau costume

De ver erros em tudo o que faço

Mas sozinho não sabe dar um passo

Porque erra e o seu erro não assume.

*

M.C

Sua estrofe fede mais do que estrume

Quer corrigir na maior cara de pau

Mas caro amigo você não me leve a mal

Pois não sou eu que erra e nunca assume.

Corrigir estando errado é seu costume

Pois não entende e ainda não tem ética

Reclama sempre do estro e da poética

Mas sempre fica por baixo nesse clima

Vá estudar estrofação com rima

Pois não dá mais pra aturar a sua métrica.

*

D.M

Você sempre se enrola na fonética

Sua métrica é perfeita pra soneto

Nem com reza, macumba ou amuleto.

Sua estrofe deixa de ser patética

Acho cúmulo você falar em ética

Se não sabe o que isso significa

O que já foi postado dá a dica

Que eu tentei te avisar, mas foi em vão.

Cale a boca ou agüente essa pressão

Que ao contrário você só se complica.

*

M.C

Sei que seu corpo está com tremelica

Que de medo se morre passa perto

Quanto mais você pensa que está certo

Mais errada é que essa sua estrofe fica.

Já cansei de ajudar e de dar dica

É muito feio quem canta sem saber

E mais feio ainda é nunca reconhecer

Que é limitado e que às vezes é falho

O que mais nesse mundo dá trabalho

É ensinar a quem jamais vai aprender.

*

Grato a quem ler ou comentar esse texto, Deus nos ilumine, inté.

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 27/02/2012
Código do texto: T3523864
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