Título: Uma carta ao presidente
Estrofes: sextilhas
Rimas: A B C B D B
Número de estrofes: 28
Uma carta ao presidente
Quero compartilhar com o leitor
Sem muita formalidade
Uma carta bem engenhosa
Com bastante honestidade
Enviada ao presidente
Criticando a sociedade.
Era uma carta bem escrita
Com boa acentuação
Mostrando que o leitor
Teve boa educação
Sem ser melhor que ninguém
Sem nenhuma gabação.
A carta sem remetente
Ficou na suposição
Apontando os problemas
Sem dar muita solução
Sendo dever do presidente
Eleito em votação.
Vou passar pra vocês
Com bastante calmaria
Na íntegra essa carta
E o que ela prestigia
Falando de coisas concretas
Com bastante ousadia.
“Senhor presidente de agora
Sei que é diplomático
Sei que ouve os pobres
Sempre sendo simpático
Quero que leia esta carta
Por isso serei enfático.
No Brasil em que vivemos
Há um mal que só castiga
Chamado de alcoolismo
Causando morte e intriga
Destruindo as famílias
Instituição bastante antiga.
Há outro mal evitável
Chamado corrupção
Na política de agora
Até virou tradição
O político rouba depois
De ser eleito em votação.
Há também um mal severo
Pior que erva daninha
Conhecido como crack
Que o pobre descaminha
Vão logo morar na rua
E da morte se avizinha.
Senhor presidente estimado
É preciso valentia
Pra vencer todos os males
Com bastante autonomia
Se não começarmos agora
Fica difícil outro dia.
O brasileiro também precisa
Compreender ecologia
Pra não poluir os males
Os rios da geografia
O oceano extenso
O solo de todo dia.
Senhor presidente estimado
Há também uma questão
Bastante fundamental
Chamada de educação
Se não for bem cultivada
Está acabada a nação.
Sabendo que nesse caso
É preciso atenção
Sempre buscando coragem
Com esforço e devoção
Unindo todos os termos
Até mesmo da oposição.
Ainda bem que vivemos
No regime democrático
Podendo nos expressar
Mesmo sem ser diplomático
Por isso estou lhe dizendo
O ministério é problemático.
No Brasil se valoriza
Tudo que é europeu
Ficando o nacional
Sempre perdido no breu
Por isso que o brasileiro
Não alcança o apogeu.
É preciso realizarmos
Um mais profundo estudo
Pra melhor compreendermos
A realidade de tudo
Para fazermos um plano
Não deixando o pobre mudo.
Há outro mal que afeta
E passa sempre na imprensa
É a questão da segurança
Que já é bastante densa
Causando muitas mortes
Ainda mais que a doença.
A questão da saúde
É também problemática
A pessoa quando adoece
Fica logo apática
Morre no hospital
Sem ser atendida na prática.
Há outro mal que mata
Deixando o sujeito impotente
Nas estradas do Brasil
A causa é o acidente
Nas rodovias esburacadas
A morte é iminente.
Ainda há outro ponto
Bastante inconveniente
Matando muitas pessoas
Sabemos que é enchente
Para resolver o problema
A autoridade é incompetente.
A justiça brasileira
Também não é justa a metade
O que reina no Brasil
É somente a impunidade
O culpado quando é preso
Ganha logo a liberdade.
O Brasil é país pacífico,
Mas sempre vivemos em guerra
A polícia invade o morro
Quando o estado emperra
Morrendo um inocente
A família logo enterra.
Pensando nesses problemas
Recorro ao presidente
Sua autoridade é maior
Sendo também competente
Pra resolver a questão
Junto ao Deus onipotente.
Enviando esta carta
Vai também meu pensamento
Tratando do social
Som bastante sentimento
Fico esperando resposta
No mesmo encadeamento.
Na questão do social
Falo com atualidade
O que vemos no Brasil
Afeta a dignidade
O preconceito aumentando
Mesmo com a diversidade.
Vou parando por aqui
Falando da realidade
Que afeta o Brasil
E toda a sociedade
Sabendo dos problemas
Já está a autoridade”.
É bem dessa maneira
Que a carta aqui se encerra
Levantando as questões
Do pobre e de sua guerra
Travada no dia-a-dia,
Pois o estado só emperra.
A carta não se sabe
Se chegou ao presidente,
Mas sabemos que tratou
De uma realidade freqüente
Da sociedade brasileira
Do político e do indigente.
Vou finalizar por aqui
Deixando a exposição
Dessa carta que li
Com bastante exatidão
Esperando que um dia
Se resolva a equação.