O encontro de Leandro Gomes de Barros com Carlos Drummond de Andrade

Estrofes: sextilhas

Rimas: A B C B D B

Número de estrofes: 30

O encontro de Leandro Gomes de Barros com Carlos Drummond de Andrade

Literatura brasileira

Sempre merece atenção

Por ser tema importante

Pra se compreender a nação

Os poetas sabem dizer

Não versam na contramão.

O poeta é um artista

Que toda a beleza anuncia

Colocando tudo em versos

De tristeza ou de alegria

O poeta só escreve

O que o coração anuncia.

Vou contar a história

De um encontro animado

Entre Leandro Gomes

Um poeta adequado

E Carlos Drummond de Andrade

Grande poeta afamado.

Foi lá na Paraíba

Que Leandro Gomes nasceu

Migrando para o Recife

Muito folheto escreveu

Por isso entrou na história

Se eternizando não morreu.

Vindo lá de Itabira

Das bandas de Minas Gerais

Carlos Drummond escreveu

Versos sem iguais

Na literatura brasileira

Conseguiu seus ideais.

Faz parte da biografia

De um e de outro poeta

O desejo de escrever

Sobre tudo que afeta

Os corações dos leitores

Cada um com sua meta.

Um dia Leandro Gomes

Saiu com os folhetos seus

Para vender em uma feira

Pedindo auxílio a Deus

Não imaginava que ali

Carlos Drummond apareceu.

Drummond também vendia

Seus livros aclamados,

Mas as vendas estavam ruins

Fenômeno dos estados

Drummond se aborreceu

Deixando tudo de lado.

Leandro, porém vendia,

Mas em números atrasados

Seus folhetos eram modestos

Em preços de alugados

Os dois vendiam na feira

Bastante desanimados.

Assim os dois avistaram

Na feira aqui referida

Carlos com seus óculos

Leandro com sua medida

Travaram uma conversa

Os dois na mesma batida.

– Carlos Drummond de Andrade

Poeta considerado

Suas poesias são vultosas

De um saber adequado

Sou um de seus leitores

Nesse Brasil estimado.

Foi assim que Leandro Gomes

Cumprimentou o poeta

Drummond logo também

Com um saber que atesta

Deixou também sua toada

Na mesma batida reta.

– Leandro Gomes de barros

Também lhe tenho estima

Seus cordéis são bem feitos

Com uma soberana rima

Sou um de seus leitores

Sua poesia é divina.

– Bondade sua Drummond

Escrevo sem pretensão

Meus versos nas estrofes

Não andam na contramão,

Mas não me acho melhor

Só aprendo com atenção.

– Meus versos também meu caro

Não busca a pretensão

Se foram bem estudados

Digo sem louvação

Aprendo também com os leitores

Dessa nossa imensa nação.

Os poetas conversavam

E o povo foi encostando

Se interessando por tudo

Que eles iam falando

Ao fim de poucos instantes

Os dois estavam cantando.

– Grande poeta Drummond

Quero fazer uma pergunta

Pra entender sua obra

Assim toda ela junta

Por que lutas com palavras

Quando a poesia se ajunta.

– Digo lutar com palavras

Pra realizar equação

O poeta com sua arte

Merece bastante atenção

As palavras são imensas

O poeta as junta com a mão.

– Pois então Leandro Gomes

Me responda com atenção

Me diga por que o cordel

Soa como canção

Falando em linguagem madura

Transmitindo emoção?

– O poeta sempre investiga

Ao tratar do coração

Por isso a literatura

Soa como canção

Falando linguagem madura

O poeta compre a missão.

Um e o outro poeta

Falavam com primazia

Da mais intensa das artes

Na mais perfeita harmonia

E continuaram a conversa

Sempre com muita energia.

– A mais intensa das artes

Certo é a poesia

As palavras se juntam assim

Como se fosse magia

O poeta escreve seus versos

E forma a sinfonia.

– O poeta escrevendo anuncia

Toda a beleza aduzido

Fica parado num tempo

Todo assim desconhecido

Se não escreve o poema

Tudo pra ele é perdido.

– O poeta singular

Escreve sua canção

Falando de sua cultura

Com exata precisão

Constrói os seus valores

A partir de seu refrão.

– Grande Leandro Gomes

Percebeu meu pensamento

É bem assim que anuncio

A linguagem é o momento

A poesia está em tudo

Falando a língua do tempo.

Os poetas continuaram

Com bastante honestidade

Parando venderam os livros

Com muita facilidade

Os que compraram deles

Saíram com propriedade.

Na feira sempre passava

Alguma personalidade

Sendo músico ou poeta

Não importando a idade

O povo ia pra ouvir

Com muita seriedade.

Um dia passou por aqui

Fazendo seu lançamento

O grande Fernando Pessoa

Acompanhado no momento

Por Luís Vaz de Camões

De muito conhecimento.

Drummond e Leandro Gomes

Seguiram na mesma rua

Sempre na mesma toada

Que o poeta se habitua

Falando de poesia

E o que ela conceitua.

Aqui vou finalizando

Sempre buscando um aparte

Do leitor que associa

Linguagem, leitura e arte

Se em nada contribuí

Peço então que descarte.

Leon Cardoso
Enviado por Leon Cardoso em 27/02/2012
Código do texto: T3522777