* A alimentação do interior antigamente *
Mais uma vez estou aqui
Falando para você
De novo de alimentos
Para poderem conhecer
O lado bom e ruim
Para você e para mim
Para podermos escolher
Percebo que muita gente
Ainda não sabe escolher
Em vez de fruta ou suco
Ou um leitinho beber
Enchem a barriga de besteira
Comendo por brincadeira
E não querem adoecer
E é somente por isso
Que ás vezes nos faz mal
Produto industrializado
E armazenados mal
Uma vez consumidos
Já estamos perdidos
Levam-nos ao hospital
A melhor coisa do mundo
É fazer minha comida
Sei o que estou comendo
Não corro risco de vida
Pego um galinha no terreiro
Ponho bastante tempero
E vou cuidando da lida
Esses frangos de granja
Crescidos com injeção
São carregados de hormônios
Que influi na formação
De meninos e meninas
Essas coisas pequeninas
De nossa população
Antigamente se via
Fartura em quase toda casa
Animais criados com milho
É pé duro que chamavam
Frutas maduras nas árvores
Tinham em quase todos os lares
Ninguém as pulverizava
Jamais me esquecerei
Da rapadura com feijão,
O mexido de cuscuz,
Mão de vaca com pirão,
Feijão com toucinho e maxixe,
Não sei se ainda existe
É tradicional do sertão.
Um baião de feijão maduro,
Com um peixe assado ou frito
Ovos cozidos ou estrelados
Só ganham de mim no grito,
Batata doce e jerimum,
Talvez ainda falte algum
Que eu ainda não tenha dito
As comidas de antigamente
Eram mais apropriadas
Comíamos tudo fresquinho
Não tinha nada congelada
E o nosso intestino
Não cometia desatino
Dizia muito obrigada
As comidas do passado
Valia á pena comer
Eram alimentos fortes
Faziam a gente crescer
Plantava-se e colhia
Era aquela alegria
Ver um fruto amadurecer