DESEJO DE SER POETA

Falaram que sou poeta

E eu, então, acreditei.

Peguei lápis e papel,

A escrever comecei...

Verso a verso fui criando

E um cordel vi se formando

Com as palavras que juntei.

As ideias foram nascendo,

Uma a uma fui juntando.

E entre brancos e rimados

Os meus versos fui alternando

De forma que essa alternância

Não ferisse a concordância

Do texto se emoldurando...

E os versos então surgiram

Guiados pela emoção

De ver a estrofe nascer

Sob o leme da inspiração,

Que sempre me vem à tona,

Porém, nada questiona

Sobre os males da paixão

Que está sempre presente

Nos versos cheios de lirismo

E carregados de amor

Oriundo do romantismo...

Mas a paixão do poeta

Somente se completa

Nos braços do altruísmo.

E assim fui escrevendo

Sobre assuntos quaisquer:

Falei da Mãe-Natureza,

Homenageei a mulher,

Exaltei o colibri,

Sobre flores escrevi,

Também citei o meu mister.

Insultei os maus políticos,

Critiquei nossos governantes,

Elogiei os meus amigos,

Falei dos poetas errantes.

Lamentei os versos perdidos,

Cantei amores proibidos,

Instiguei a libido dos amantes...

Hoje, os versos que escrevi

circulam mundo afora,

Mas não posso eu dizer

Que sou poeta, embora

De sê-lo tenho vontade.

Não por pura vaidade,

Mas porque já está na hora.

E pensando na hipótese

De uma vida mais completa

Deixei meus versos fluírem

De maneira bem discreta

A fim de que algum dia

Esta simples poesia

Faça de mim um poeta.

Joésio Menezes
Enviado por Joésio Menezes em 24/02/2012
Código do texto: T3517530
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