Aprendiz de cordel



Eu nunca fui repentista,
Mas trago do meu nordeste,
A vocação pra artista
Do trovador inconteste
Do meu torrão de Iracema
Os verdes mares, meu tema
Imito um cabra da peste.

Vejo a cor da minha pele
Do sol quente o meu torrão
Faço um pedido, uma prece
Peço a Deus em oração
Um cordel que esmaece
Com gratidão me mereça
Saído do coração.

Vi um reflexo no espelho
Pela luz da lamparina
Tive medo e me tremi
Fiquei feito uma menina
Então eu pedi perdão
Ouvindo a voz da razão
Era voz bela e divina.

Essa voz falou pra mim,
Pedindo pr’eu me aquietar,
Com as letras dançarinas
Dizendo... Vai cordelar.
Se quiser fazer um cordel
Se vista de menestrel
E pode já começar.

Fui logo obedecendo
Fazer cordel n’é pra mim
Carece de muitas rimas
Do começo até o fim
Fiquei com a mão gelada
Trêmula e atrapalhada,
Mas agradeci, enfim.

Por Deus ter me escutado
Me senti abençoada
Finalizo mei’ sem jeito
Me sentindo até culpada
Mais saiu tudo do peito
Tentei fazer do meu jeito
Uns versos feito de fada.

Me orgulho, sou cearense,
Onde canta o sabiá,
Tem coqueiro e tem beleza
Nas praias que aqui há
Me despeço vou embora
Quem sabe canta na hora
Um cordel pra começar.

Fátima Galdino
22/02/2012.
Fortaleza- Ceará.

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Seu cordel foi aprovado,
Tens o dom para rimar,
Como é tão complicado,
Para a gente iniciar-se,
Neste oficio de repentes,

Por muitos já consagrado,
Continue este seu legado
.

(Miguel Jacó)


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Ta no sangue nordestino
O repente por si só
É como cantar um hino...
Do coração pro gogó
E tu não é diferente
Teu cordel está presente
E já é o meu xodó. 


(Luiz Moraes)
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Também não sou repentista,
E nem sei fazer cordel...
Isso é coisa pra artista,
Que vem mesmo lá do céu...
Mas venho me apresentar
Fazer uma tentativa...
Não custa os versos criar,
Aqui minh'alma é cativa!


(Adria Camparini)
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Ó, poetisa Galdino,
 por ter recém começado
teu cordel tá bem rimado,
que mesmo parece um hino.
 Um belo hino ao teu nordeste;
um hino ao cabra da peste
 que é um patriota tão fino.

(Afonso Martini)
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O aprendiz aprendizeu
tomou o remo e remou
nas ondas dos mares do sertão
Desbravando e cantando
Tudo que havia por lá
Divulgou com maestria
O arraigado que ficou...
(Guta Pires)
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Pra quem se diz aprendiz
Nessa arte do cordel
Saiba que você tem dom
Tal e qual um menestrel
Os seus versos têm beleza
Por isso, tenha certeza
Que cumpriu o seu papel.
 
                 
 (Augusto Secundino)                                              



Obrigada aos queridos poeta pelas interações de incentivo no meu singelo cordel,com carinho.



Fatima Galdino
Enviado por Fatima Galdino em 23/02/2012
Reeditado em 03/03/2012
Código do texto: T3515863
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