História da Literatura de Cordel em versos

Título: História da Literatura de Cordel em versos

Estrofes: sextilhas

Rimas: A B C B D B

Número de estrofes: 35

Autor: Leon Cardoso

História da Literatura de Cordel em versos

Literatura de cordel

É um tema já bem maduro

Bem conhecido por muitos

Isso eu já asseguro,

Mas não é valorizada

Por muitos que buscam apuro.

Muitos escritores de outrora

São bastante afamados

Escreveram muito bem

Em versos dourados

A história do Brasil

As notícias dos estados.

Por isso vou falar um pouco

Dessa literatura imensa

Que já é bastante visada

No Brasil pela imprensa,

Mas nem sempre foi assim,

Nem sempre teve recompensa.

Toda a história começou

Com o verso bem apurado

Do grande Leandro Gomes

Ainda nos século dourado

Do Romantismo brasileiro

Da Independência o legado.

Foi no século dezenove

Nascido no mês de novembro

Que Leandro veio ao mundo

Dessa data eu bem me lembro

Vi numa pesquisa que fiz

Finalizada em dezembro.

Escreveu seus cordéis

Com bastante atenção

Versando sobre os temas

De sua apreciação

Com muito cuidado na lida

Sem perder a animação.

Escreveu muitos cordéis

Com perfeita atuação

Escreveu sobre Teodora

E também sobre Cancão

“Cavalo que defecava dinheiro”

“Casamento à prestação”.

Nasceu em 1865

Na Paraíba o estado

Migrou para Recife

Onde ficou abrigado

Produzindo seus cordéis

No nordeste adorado.

Faleceu em 1918

Deixando grande legado

Na Literatura de Cordel

Ficou imortalizado

Os que vieram depois dele

Seguiram seu fraseado.

Outro grande cordelista

Que deve aqui ser citado

É Francisco Chagas Batista

Cantor repentista adequado

Um dos maiores do Brasil

Deixou também seu legado.

João Melchíades Ferreira

Deixou sua contribuição

Para a literatura avançar

Com bastante afinação

É autor de muitos folhetos

Entre os mais belos de então.

Muitos são os autores

Dessa literatura vultosa

Não cabem em um cordel

Ainda que em folha espaçosa

Por isso não cito todos

Nessa atividade custosa.

Mas não posso deixar

De falar na engenharia

De João Martins de Athayde

E de toda a sua energia

Empregada na edição

De muitos folhetos que via.

Foi o maior editor

Dessa literatura sensata.

Também um grande poeta

Na sua arte pacata

Publicou muitos autores

No regime concordata.

Com a morte de Leandro

Ele ficou sem alteração

No lugar do precursor

Tendo autorização

Para publicar as obras

De Leandro seu irmão.

Foi assim que aconteceu

Com exata precisão

No ano de 1921

Com abastada visão

Comprou da viúva de Leandro

O direito de edição.

De muitos outros autores

João Martins se avizinha

Na arte de trovador

E de editor entrelinha

Subiu no conceito da arte

Voando como andorinha.

Antônio Teodoro dos Santos

Teve também o Firmino

Na arte de trovador

Teve também Minelvino

Na arte de cordelistas

Conheceram Deus menino.

José Camelo de Melo

É também considerado

Na arte de versejar

Teve também Aderaldo

Manoel Camilo dos Santos

De um verso elaborado.

José Bernardo da Silva

Desse eu quero falar,

Pois comprou de João Martins

O direito de editar

Na arte de cordelista

Soube também versejar.

Montou a Tipografia

São Francisco conhecida

Em Juazeiro do Norte

Onde foi bastante acolhida

A editora de João Martins

Levou com ele na ida.

No final dos anos 1970

Não foi possível fugir

A arte de trovador

Começou a decair

Devido a alta inflação

Não se pode consumir.

Com a arte de versejar

Foi difícil prosseguir

Eram tempos difíceis,

Mas foi possível insistir,

Pois Rodolfo Cavalcante

Começou a reagir.

Este Rodolfo Cavalcante

Mostrou muito o seu valor

Organizando congressos

Revelando o seu amor

Ao criar a Associação

Nacional do Trovador.

Manoel de Almeida Filho

Foi bastante respeitado

Conselheiro da Luzeiro

Uma editora de agrado

A mais antiga do cordel

Com um acervo estimado.

Grande Mestre Azulão

Manoel Monteiro, o bardo

Gonçalo Ferreira da Silva

Francisco Sales amado

São cordelistas da história

Do cordel abençoado.

José Francisco Borges

É também mais um artista

Das bandas de Pernambuco

Não fica fora da lista

Viaja todo o mundo

Como poeta e gravurista.

Passado o tempo difícil

Veio assim o alvorecer

No início dos anos 1990

Ficou melhor de escrever,

Pois surgiu o computador

Para o cordel aquecer.

Pra falar da internet

Ainda é melhor de entender,

Pois com ela o cordelista

Aprendeu a conviver

Aliada a internet

O cordel só tende a crescer.

É pensando bem assim

Que o poeta moderno investiga

Para explorar outros temas

Sem perder a visão antiga

É o velho se aliando ao novo

Sem que a arte contradiga.

Nesse tempo de agora

Há poetas de respaldo

Um bastante conhecido

Se chama Arievaldo

Irmão de Klévisson Viana

Outro poeta afamado.

Há também Marcus Haurélio

Que sabe muito o que dizer.

Seus cordéis são bem feitos,

Bem fáceis de entender.

É um poeta bastante letrado

Dos mais exímios no fazer.

A editora Tupynanquim

Também merece atenção

Criada por Klévisson Viana

Pra fazer divulgação

Dos versos de cordéis

Pra toda a nossa nação.

Aqui vou finalizando

Sem querer comparação

Meu objetivo aqui

É fazer divulgação

Da literatura de cordel

E dos autores em questão.

Essa arte é muito rica

Para a história da nação

Todo poeta popular

Tem aqui sua missão

Deixam versos em estrofes

Nascidos do coração.

Leon Cardoso
Enviado por Leon Cardoso em 18/02/2012
Reeditado em 22/02/2012
Código do texto: T3506172