Pandininha e Porquininho
Pandininha e Porquininho
à Biju, que encomendou o versinho. HamHam!
Pandininha uma menina
Porquininho um menino
Pouco sabem de sua sina
Procurando seu caminho
Em meio a valentia
Da ironia do destino
Preta e Branca era ela
Mas sempre se via cinza
Ele só nas aquarela
Porco muito do ranzina
Lotado de chorumela
Pouca vela e muita tinta
Quando eles se encontraram
Tudo foi fascinação
Ela viu mais de mil cores
Ele viu a previsão
"Preto e branco num é cinza,
Yin Yang, pô! mermão..."
Yin Yang, pô! Colega,
é o tal do equilibrio!"
Porquininho logo alega
Pra arrancar ela do vício
Mas ela num se entrega
"É só cinza e sem viço"
Porquininho percebendo
A paixão só de espreita
Acaba meio cedendo
À panda num faz desfeita
"Eu tô meio que entendendo
Mas se é isso a gente ajeita!
Renego todas as cores
E largo a aquarela
Sabendo: todas as dores
Quem tá curando é ela!
Yin Yang, duas flores
E comida de panela!"
Pandininha espantou-se
Com o rumo da conversa
E disse logo: "Danou-se
uai, que conversa é essa?"
Ele respondeu: "meu doce
vamo ali que eu to com pressa"
Desenhou em preto e branco
O desenho mais bonito
E depois inda foi franco
"Pandinha, que djabéisso?
To amando, num sei quanto
Sei que tu é o motivo!"
Pandininha espantou-se
Olhando ele e o desenho
E foi dizendo: "Danou-se
uai, tu lê pensamento!"
Depois disso ela calou-se
E o amor ganhou aumento!
Pandininha uma menina
Porquininho um menino
Agora só anda junto
Dois em um mesmo caminho
Enfrentam com valentia
A ironia do destino