CANTORIA NO INFERNO

Eu me chamo José, o cantador

O poeta de trovas estimadas

Tou aqui entre as almas desgraçadas

Que o Senhor Jesus Cristo desprezou

Entre as almas no nível inferior

Tou aqui pra fazer a reportagem

Peço a Deus e aos pés da Santa Imagem

Rogo a Nossa Senhora Aparecida

Que me leve de volta à outra vida

E me dê muita fé, muita coragem.

Nesse inferno, lugar de provação

Vejo coisas que me deixam abatido

Toda hora se ouve esse gemido

São espíritos em grande aflição

E os demônios em toda legião

Esbravejam e rugem no além

Eles são poderosos e ninguém

Tem coragem para desafiar

E a cada momento ele está

Arrancando a pele de alguém

Eles tão ordenando até a guerra

Entre si lutam os capitalistas

As nações fazem saques e conquistas

Dirigidas pelo diabo lá na terra

Quem tem religião é quem mais erra

Fazem atos e mais atos monstruosos

E inventam instrumentos horrorosos

Pra dar cabo de todos os viventes

Só se salvam os bons e penitentes

Afrontando esses tempos tenebrosos.

O diabo é o rei dos armamentos

Tem na terra milhares de empresas

Com o poder ele tem muitas certezas

De chegar a ser rei do firmamento

E criar uma era de tormento

Através da mentira e traição

Pervertendo e arrasando a nação

Que a ele se curva ambiciosa

Pela vil propaganda mentirosa

Que ele usa pra vencer o cristão.

Ele é chefe de trustes e cartadas

Que a morte semeia e causa a fome

E corrompe o mais sério dos homens

Que se vende pra causas desgraçadas

E as classes dirigentes mascaradas

Também servem a esse intento diabólico

Até mesmo o povo que é católico

Trai a Deus e também trai o irmão

E o demônio os conduzem pela mão

Sobre o Santo colégio apostólico.

(Da peça teatral “A peleja de Lampião com o Capeta”)

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 13/02/2012
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