O CAMARÃO DA MULESTA
CAMARÃO DA MULESTA
Jorge Linhaça
Minha amiga foi passeá
pras banda do Rio di janêro
mó di podê si encontrá
cuns amigo do estrangeiro
tava tudo nu seu lugar
inté o rango derradeiro
Ela caiu na esparrela
de pedir um camarão
num sei se tinha salmonela
ou se era só maldição
mas a pobre da china veia
sofreu mais que o cão
a barriga ficou ofendida
revoltada como o quê
era dois passo uma corrida
para as coisa pode fazê
a coitada ficou aturdida
já com tanto trelelê
Foi dormir já arriada
nem ali teve perdão
acordou toda melada
coitado do seu colchão
e minha amiga coitada
vermelha ingual pimentão
Nunca mais come camarão
sem saber da procedência
pois depois da degustação
pode atacar sem clemência
a soltura sem perdão
e acabar com a paciência