Cortina de poeira - A queda do prédio no Rio de Janeiro
A capital da beleza
A nossa Rio de Janeiro
Já entrando Fevereiro
Caiu em uma desgraça
A cortina de fumaça
Surgiu depois do tremor
Gritos, vozes e o terror
Mesclado com muito sangue
Não foi do bangue-bangue
Mas do prédio que arriou
Nossa eterna capital
Um oásis de beleza
Que nossa mãe natureza
Em nada economizou
A beleza lá plantou
É coisa descomunal
Futebol e carnaval
Cerveja e mulher bonita
Apaixona a quem visita
Que belo cartão postal
Que terrível acidente
Três mortes já computadas
Cenas televisionadas
Meu coração machucou
A poeira se espalhou
Engolindo essa gente
Todo carioca sente
O País sente também
Deus me manda do além
Pêsames no meu repente
Eu já termino meu verso
Sem ter mais o que falar
Vai aqui o meu pesar
Do fundo do coração
Poeta de Branco, irmão!
Tira o branco, veste luto
Em respeito absoluto
As famílias destruídas
Tantas lágrimas caídas
Fica aqui o meu tributo
A poetisa Maria, assim, escreveu:
Eu também quero chorar
As lágrimas do meu irmão
Que perdeu a sua vida
Ao labutar por seu pão
Por tantas vidas ceifadas
Tantas lágrimas derramadas
E nossas almas caladas
Por tanta desolação.