Cortina de poeira - A queda do prédio no Rio de Janeiro

A capital da beleza

A nossa Rio de Janeiro

Já entrando Fevereiro

Caiu em uma desgraça

A cortina de fumaça

Surgiu depois do tremor

Gritos, vozes e o terror

Mesclado com muito sangue

Não foi do bangue-bangue

Mas do prédio que arriou

Nossa eterna capital

Um oásis de beleza

Que nossa mãe natureza

Em nada economizou

A beleza lá plantou

É coisa descomunal

Futebol e carnaval

Cerveja e mulher bonita

Apaixona a quem visita

Que belo cartão postal

Que terrível acidente

Três mortes já computadas

Cenas televisionadas

Meu coração machucou

A poeira se espalhou

Engolindo essa gente

Todo carioca sente

O País sente também

Deus me manda do além

Pêsames no meu repente

Eu já termino meu verso

Sem ter mais o que falar

Vai aqui o meu pesar

Do fundo do coração

Poeta de Branco, irmão!

Tira o branco, veste luto

Em respeito absoluto

As famílias destruídas

Tantas lágrimas caídas

Fica aqui o meu tributo

A poetisa Maria, assim, escreveu:

Eu também quero chorar

As lágrimas do meu irmão

Que perdeu a sua vida

Ao labutar por seu pão

Por tantas vidas ceifadas

Tantas lágrimas derramadas

E nossas almas caladas

Por tanta desolação.

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 26/01/2012
Reeditado em 27/01/2012
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