O Língua de Fogo
Jorge Linhaça
24 de janeiro de 2012
Língua de fogo
Cortante e veloz
Contra o engodo
Protege os sem voz
Na boca o vulcão
palavras ardentes
Na erupção
Protege inocentes
Lábios em chamas
Soltando a verdade
Não importa a fama
de ferocidade
Boca de brasa
Um novo Gregório
Poeta sem casa
Em seu purgatório
Mil bocas tivesse
Seria um dragão
Se algo acontece
Já solta um refrão
Poeta maldito
Por nada se cala
No verso e no grito
Ataca a canalha
Poeta de dores
Dos mil sofrimentos
Ecoa os clamores
Nas asas do vento
Em sua utopia
Tem a pretensão
De que a poesia
Dê voz à razão
Vate marginal
Escravo do estro
Revelando o mal
Oculto e canhestro
Quisera ele ver
Sua fantasia
Antes de morrer
Tornar-se me dia
A língua voraz
Poder recolher
Só d'amor e paz
então escrever
Salvador, 24 de janeiro de 2012