O SEGREDO DESVENDADO
E nessa trovada que desanda ao desassossego
Nada digo de sabedoria que ouvi de ouvido atento
Inda outro dia a rapariga resmungar
Que dessa vida toda sofrida
Já não pode mais aguentá.
E atento que estava a faceira que passava
Naquele instante lembrei de antiga namorada
Mas como o tempo na minha cabeça caducou
Sai de fininho daquele prosa, daquela entoada.
É que de painho mais que brabo
Desde inda menino fui educado
Que mulher com o bucho cheio não se olha
Nem direto no olho, nem com eles de lado.
E a rapariga que não calava por nada nesse mundo
Desatou a gritar e todo mundo ouviu
Que o rebento não era do Zé mas de Raimundo.
E o silêncio se fez que igual no hostipal é
Eu que não gosto de saber da vida alheia
Desde criança aprendi que briga de casal
Não se mete a culher.
Assim deixei aqueles meus conterrâneos
Proseá em versos mais que nobres
De barriga cheia e bem saciado
E lá chegou um novato que falam ser afeminado.
Por aqui vou ficando
Com as desculpas já antecipadas
Se o brio de alguém toquei
Peço desculpas novamente
Mas o que aqui falei
É coisa que acontece com toda gente.