Apenas são palavras
Se tristes palavras fossem fúteis
Seriam para acariciar a alma
Para inundar de ilusão
O ser que clama por calma
E para satisfazer essa emoção
Se gera uma tal convicção
Que a massa crê que se salva
Mas, realmente, neste mundo
Vejo que algo está errado
Tanta dor, tanto conflito
Nossa natureza é o pecado
Estamos caídos no abismo
Em guerra, em conformismo
Ou em luta com o determinado
Essas palavras frias e secas
São para socar o rosto, o peito
Descobri que não há jeito
Para as dores que o mundo gera
Vivemos como qualquer fera
Que nada na vida pondera
Que faz da luta seu doce leito
São para derrubar como rasteira
Para fazer chorar e doer
E dessa forma, assim poder
Ser mais forte a vida inteira
Mas, de inteira só uma parte!
E ainda acreditam nessa arte
De morrer quando bem queira
São para me fazer menos ruim
E para os outros bem pior
Assim que se vê a vida
Nada pleno por sí só
É o conflito da essência,
Que rivaliza toda crença
E explica o “amor e dor”
São para tocar os que se iludem,
Que vivem como dominados,
Que não crêem na “conspiração”
E que nunca estão errados
Vão morrer acreditando
Que deus está esperando
Com um paraíso ao seu lado
O mundo está controlado
Por perversos humanistas
Que continuam egoístas
Se colocando só de um lado
Aceitando tudo, com graça ou castigo
Nunca enxergam o perigo
Dos homens de “bom agrado”
Quem se veste melhor
Tem o poder de dizer
O que deve ser feito
E o que irá se fazer
E na direção desta terra,
Sobre o caos que ela impera,
Os piores no poder...
E para puxar a alma de volta
Do limbo que se perdeu
Minhas palavras são violentas
Mais sofridas do que eu
Agora enxergo o que não via
E não espero que algum dia
Me salve o mito teu...