O tudo inclusive o nada, me serve de inspiração.
Sempre versejo a pedido
Se estou em mesa de bar
Vieram a me perguntar
Com que e como me inspiro
A minha alma eu reviro
E busco sua adesão
Aí eu parto pra ação
E sendo dada a largada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Os versos surgem do nada
É fácil eu me inspirar
Na arte do versejar
O mote surge do a toa
Coisa ruim ou coisa boa
Coisa séria ou coisa em vão
Se toca no coração
A obra é facilitada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Um amor correspondido
Uma saudade doída
Um abraço, uma despedida
A simpatia, a beleza
A alegria, a tristeza
Um fora, uma ingratidão
Um arroubo de paixão
Lembranças da mulher amada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Lembranças da minha infância
Meus tempos de molecagem
Na mente formam imagem
E fluem em forma de versos
Também canto meus reversos
Meu cair, superação
As coisas do meu sertão
A seca, a invernada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Uma bela melodia
Mexe na veia poética
Eu saio buscando métrica
E num instante eu solfejo
Como carícia e beijo
Vejo nascer uma canção
E logo meu coração
Fica de porta escancarada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Sol, lua, Paisagens
Conversa em mesa de bar
Acontecências do lar
Cenas do cotidiano
Com o sagrado, o profano
Com peleja, discussão
Com briga, com confusão
Coisa certa ou coisa errada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração
Se me inspiro, me concentro
Ouço o que o coração diz
Estando triste ou feliz
Tudo pra mim é poesia
É assim meu dia a dia
Busco ser amigo, irmão
Nada acontece em vão
Vivo de alma lavada
O tudo inclusive o nada
Me serve de inspiração.